A Petrobras decidiu migrar as operações que realizava no Aeroporto de Cabo Frio para o Aeroporto de Maricá, ambos no Rio de Janeiro, para a otimizar a logística do campo de Búzios, no pré-sal da bacia de Santos. Segundo a estatal, a medida representa um ganho logístico significativo para o atendimento de sondas e das unidades de manutenção e segurança.
O campo de Búzios é a maior aposta atual da Petrobras e, segundo a presidente da estatal, Magda Chambriard, será o maior campo do País – substituindo o campo de Tupi – e pode atingir produção de 1,5 milhão de barris por dia. A marca de 1 milhão de barris por dia deverá ser alcançada no terceiro trimestre do ano que vem, informou a executiva.
Com o atendimento ao campo de Búzios, o Aeroporto de Maricá se torna o terceiro maior em movimentação de passageiros para a Petrobras, atrás apenas dos heliportos de Farol de São Tomé, em Campos, e de Jacarepaguá, ambos também localizados no Rio de Janeiro.
“Além da otimização logística, a transferência das operações de transporte aéreo para Maricá possibilita economia de tempo, pois o aeroporto desta cidade é mais próximo da base do campo de Búzios. Assim, o deslocamento da força de trabalho passa a ser reduzido em cerca de duas horas”, informou a estatal.
Pelo aeroporto de Maricá, a Petrobras passou a transportar pessoas e pequenas cargas, operações que antes estavam sendo realizadas pelo aeroporto de Cabo Frio.
O Aeroporto de Maricá passou a operar dez aeronaves, com 536 voos por mês, ofertando 13.500 vagas mensais. Essas operações aumentarão, ainda mais com a chegada do FPSO Almirante Tamandaré no campo de Búzios até o fim deste ano. Essa será a sexta unidade de produção a ser instalada no campo e terá cerca de 180 trabalhadores a bordo, informou a estatal.
A Petrobras informou que está recomprando até US$ 1 bilhão em seis bonds com vencimentos entre 2030 e 2051 e que, ao mesmo tempo, fará emissão de novos títulos com vencimento em 2035. De acordo com a companhia, a oferta de recompra expira no próximo dia 9.
Os bonds que são elegíveis à recompra pagam os seguintes juros anuais: 5,093% nos bonds 2030; 5,6% nos bonds 2031; 5,5% nos bonds 2051; 5,625% nos bonds 2043; 6,750% nos bonds 2050 e 6,9% nos bonds 2049.
A emissão de novos bonds e a operação de recompra está sendo coordenada pelo Bank of America, Bradesco BBI, HSBC, JPMorgan, Mizuho e Morgan Stanley.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) prevê que, em 2024, os investimentos na fase de exploração dos contratos de petróleo e gás natural cheguem a cerca de R$ 10 bilhões (R$ 9,97 bilhões).
Para o período de 2024 a 2027, está previsto um total de R$ 18,31 bilhões em investimentos. Em 2025, a previsão é de R$ 7,64 bilhões, enquanto em 2026 e 2027, o montante estimado é de R$ 701 milhões.
Nas previsões sobre a distribuição dos investimentos por atividades entre 2024 e 2027, 88% serão concentrados na perfuração de poços (R$ 16,04 bilhões). Os 12% restantes (R$ 2,27 bilhões) serão distribuídos entre teste de poço (8%), levantamento geofísico exclusivo (3%) e levantamento geofísico não exclusivo (1%).
Dos investimentos previstos apenas para 2024, R$ 9,50 bilhões serão alocados em ambiente marítimo, sendo R$ 8,50 bilhões na perfuração de poços. Para o ambiente terrestre, a previsão é de R$ 470 milhões.
A ANP explica que a fase de exploração tem início com a assinatura dos contratos para exploração e produção de petróleo e gás natural. E que nela são realizados estudos para detectar a presença desses combustíveis nas áreas sob contrato, chamadas de blocos, em quantidade suficiente para tornar sua extração economicamente viável. Tendo sucesso nessa etapa, as empresas poderão passar para a fase de produção, quando iniciarão a produção e a área contratada passará a ser chamada de campo.
O relatório também traz dados de 2023. O ano foi encerrado com 251 blocos sob contrato: 13 sob o regime de partilha de produção e 238 sob o regime de concessão. Entre 2022 e 2023, houve queda de 44 blocos. A ANP explica que essa redução pelo baixo quantitativo de contratos assinados e ao alto número de blocos devolvidos.
Sobre os blocos sob contrato por ambiente, o terrestre permaneceu na liderança, com 151 blocos contra 100 blocos no marítimo, dos quais 18 localizados no pré-sal. O ambiente terrestre registrou a maior área contratada (52%), cerca de 84 mil km², e o marítimo, 48% de área sob contrato, cerca de 77 mil km².
O ano teve 14 poços com notificações de descoberta em terra e quatro em mar. Foram encontrados indícios de hidrocarbonetos apenas em poços perfurados nas bacias de Santos e Campos, com duas notificações cada. Dos poços em bacias terrestres, nove foram registradas em bacias de nova fronteira: Amazonas (6) e Parnaíba (3). E cinco em bacias maduras: Espírito Santo (4) e Recôncavo (1).