No terceiro trimestre de 2024, o País tinha 1,472 milhão de pessoas em situação de desemprego de mais longo prazo, ou seja, em busca de um trabalho há pelo menos dois anos. Se considerados todos os que procuram emprego há pelo menos um ano, esse contingente em situação de desemprego de longa duração sobe a 2,237 milhões.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar do contingente ainda elevado, o total de pessoas que tentavam uma oportunidade de trabalho há dois anos ou mais encolheu 20,4% em relação ao terceiro trimestre de 2023. Houve redução de dois dígitos no número de desempregados por todas as faixas de tempo de procura.
“Este aquecimento da economia, refletido na redução da taxa de desocupação, influencia diretamente na diminuição do tempo de busca por trabalho. Como consequência, reduz-se o número de pessoas que estavam há mais de dois anos procurando por uma ocupação”, justificou William Kratochwill, analista da pesquisa do IBGE, em nota oficial.
Outras 765 mil pessoas buscavam emprego há pelo menos um ano, porém menos de dois anos, 19,1% menos indivíduos nessa situação ante o terceiro trimestre de 2023.
No terceiro trimestre de 2024, 3,426 milhões de brasileiros procuravam trabalho há mais de um mês, mas menos de um ano, 12,1% menos desempregados nessa situação do que no mesmo período do ano anterior, e 1,338 milhão tentavam uma vaga há menos de um mês, um recuo de 17,6% nessa categoria de desemprego do que no terceiro trimestre de 2023.
Conforme o IBGE, a taxa de informalidade foi maior no País, no terceiro trimestre deste ano, maior nos Estados do Pará (56,9%), Maranhão (55,6%) e Piauí (54,5%).
Por outro lado, as Unidades da Federação com as taxas de informalidade mais baixas foram Santa Catarina (26,8%), Distrito Federal (30,2%) e São Paulo (30,6%).
No terceiro trimestre, a taxa de informalidade dos brancos (33,5%) era menor que a de pretos (41,8%) e pardos (43,2%). Quanto ao sexo, a informalidade era maior entre homens (40,1%) do que entre mulheres (37,1%). No total do Brasil, a taxa de informalidade foi de 38,8% no terceiro trimestre deste ano.
O IBGE informou ainda nesta sexta-feira que, no terceiro trimestre de 2024, a taxa composta de subutilização da força de trabalho foi mais elevada nos Estados do Piauí (33,8%), Bahia (28,6%) e Alagoas (26,5%).
Os menores resultados ocorreram em Santa Catarina (5,1%), Rondônia (5,5%) e Mato Grosso (7,6%). Na média nacional, a taxa de subutilização foi de 15,7% no terceiro trimestre de 2024.
A taxa de desemprego entre as mulheres ficou em 7,7% no terceiro trimestre deste ano, acima da média (6,4%) e do índice observado entre os homens (5,3%).
De acordo com o IBGE, o índice de desemprego das mulheres foi 45,3% maior que o dos homens no terceiro trimestre do ano. O instituto destaca que a diferença já foi bem maior, chegando a 69,4% no primeiro trimestre de 2012. No início da pandemia (segundo trimestre de 2020), a diferença atingiu o menor patamar (27%).
No segundo trimestre deste ano, as taxas eram de 8,6% para as mulheres, 5,6% para os homens e 6,9% para a média. O rendimento dos homens (R$ 3.459) foi 28,3% superior ao das mulheres (R$ 2.697) no terceiro trimestre deste ano.
A taxa de desemprego entre pretos e pardos superou a dos brancos, de acordo com a pesquisa. A taxa para a população preta ficou em 7,6% e para a parda, 7,3%. Entre os brancos, o desemprego ficou em apenas 5%.
Na comparação com o trimestre anterior, houve queda nas três cores/raças, já que naquele período, as taxas eram de 8,5% para os pretos, 7,8% para os pardos e 5,5% para os brancos.
A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (10,8%) foi maior do que as dos demais níveis de instrução analisados. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 7,2%, mais do que o dobro da verificada para o nível superior completo (3,2%).