O marqueteiro do prefeito Ricardo Nunes (MDB), Duda Lima, em depoimento à polícia detalhou os acontecimentos que antecederam o soco desferido contra ele pelo assessor de Pablo Marçal, Nahuel Gomez Medina, ao final do debate desta segunda-feira, 23. Duda descreveu a agressão como um ato de “extrema violência, pelas costas, perpetrado de forma ardilosa e planejada” pelo assessor do influenciador.
Segundo Duda, após a expulsão de Marçal do debate, os assessores dos candidatos à Prefeitura se aglomeraram no estúdio, causando tumulto. Em determinado momento, Nahuel começou a filmar o local e aproximou o seu celular do rosto de Duda, que afirmou ter afastado o aparelho para se “desvencilhar” da situação.
Passados alguns minutos, Duda conta que estava em uma roda de conversa com outros assessores quando foi surpreendido pelas costas com um “golpe de soco violento” em seu rosto. Em virtude da agressão, o marqueteiro relata que se desequilibrou, sendo socorrido pelo assessor de uma das candidatas, que impediu a queda.
“Com o impacto, seus óculos quebraram e o chão ficou inteiramente ensanguentado. Da agressão, restou com lesões no olho e face, sensação de vertigem e desequilíbrio”, diz o depoimento de Duda Lima.
O marqueteiro relatou que precisou levar seis pontos no corte, foi medicado e passou por exames no hospital Albert Einstein, incluindo uma tomografia. Durante o atendimento médico, foi aconselhado a buscar acompanhamento especializado, devido à possibilidade de sua visão ter sido afetada.
Duda Lima afirmou que o ato foi de “extrema violência, pelas costas, perpetrado por Nahuel Medina de forma ardilosa e planejada”, pois houve um “hiato de tempo bastante grande” entre o afastamento do celular e a agressão. Ele também declarou que se sente “temeroso quanto à sua integridade física” e solicitou medidas protetivas para que o agressor mantenha distância.
Assessor político da campanha de Marina Helena, Fernando Ivo Antunes estava ao lado de Duda Lima no momento da agressão e confirmou a versão do marqueteiro em depoimento à polícia. Segundo Antunes, após a expulsão de Marçal, Nahuel Medina começou a filmar o tumulto no estúdio e colocou o seu celular “bem próximo” ao rosto de Duda, que então “afastou o aparelho”.
Assim como o marqueteiro de Ricardo Nunes, Antunes afirma que houve um hiato de tempo entre o afastamento do celular e a agressão do aliado de Marçal. O soco, diz Antunes, ocorreu “sem que tenha havido qualquer provocação” de Duda, que foi agredido “pelas costas, de forma violenta”.
Duda Lima solicitou medidas protetivas contra Medina, incluindo a proibição de que o produtor se aproxime do marqueteiro, com uma distância mínima de 300 metros. Os pedidos agora serão encaminhados ao Juizado Especial Criminal, onde o juiz decidirá sobre a aplicação das medidas.
Em interrogatório, Medina apresentou outra versão, alegando que foi empurrado por Duda Lima antes mesmo do início do debate, durante uma discussão entre Nunes e Marçal no hall de entrada do estúdio. Os dois candidatos trocaram acusações ao se encontrarem na entrada do estúdio, momentos antes do início do evento.
Medina afirmou que, ao final do debate, quando Marçal foi expulso do evento, teve início uma discussão entre os assessores de Nunes e do ex-coach. Nesse momento, Medina relatou que ficou ao lado de Duda Lima, e que este começou a xingar e ofender Marçal. Em seguida, Medina diz que começou a filmar a situação com seu celular, quando Duda Lima, segundo suas palavras, “avançou com força em sua direção, enfiou as mãos sob sua camisa e arrancou o celular de suas mãos.” Na sequência, Medina afirma que agiu instintivamente para se defender, desferindo um soco no marqueteiro.
O coordenador da campanha de Ricardo Nunes (MDB), o deputado federal emedebista Baleia Rossi, repudiou a agressão que ocorreu no debate promovido pelo Flow News. “A provocação e o achincalhe são métodos para desvirtuar a discussão dos problemas reais”, afirmou.
“O que ocorreu ontem (segunda-feira, 23) é mais um episódio lamentável da degradação do processo democrático” disse Rossi em comunicado enviado à imprensa. “É algo que nós temos falado há anos e até somos criticados por defender a moderação e o diálogo Ricardo Nunes não vai ceder”, continuou.