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Lula diz que governo não está entregando o que prometeu

O presidente disse que “cada coisa que eu falar, quero que anotem, porque vamos entregar, não é apenas um programa de governo, é uma profissão de fé”.

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30 de janeiro de 2025
Vinicius Palermo
Lula diz que governo não está entregando o que prometeu
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Crédito: Marcelo Camargo / abr

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse reconhecer que o governo “não está entregando aquilo que prometeu” até o momento. O petista criticou, no entanto, a antecipação de cenários eleitorais para 2026.
“No primeiro ano de governo, como (o governante) ganhou as eleições, há muita expectativa e o povo está muito tranquilo. No segundo ano, começa o povo a saber se a expectativa que tinha está sendo cumprida. Eu disse ao (Paulo) Pimenta (ex-ministro da Secom): ‘Não se preocupe com pesquisa, porque o povo tem razão, a gente não está entregando aquilo que prometeu'”, afirmou o presidente.

Lula disse que “é preciso ter muita paciência”. “Não me preocupo com pesquisa. Não é feita para gostar ou não gostar. É feita para analisar, verificar se tem um fundo de verdade e começar a fazer as coisas que são necessárias”, disse.

“É muito cedo para fazer pesquisa sobre 2026 e é muito cedo para avaliar governo com dois anos de governo. Deixei a Presidência em 2007 (foi em 2010) com 87% de bom e ótimo e tenho consciência do que estamos fazendo”, afirmou.

O presidente disse que “cada coisa que eu falar, quero que anotem, porque vamos entregar, não é apenas um programa de governo, é uma profissão de fé”.

Pesquisa Quaest divulgada nesta semana mostrou um crescimento nas avaliações negativas do governo. A gestão de Lula é aprovada por 47% dos entrevistados e reprovada por 49%, de acordo com o levantamento. Foi a primeira vez na série histórica do levantamento que a avaliação negativa supera a opinião positiva. As porcentagens estão dentro da margem de erro, de um ponto porcentual.

O presidente defendeu também a conclusão de um “acordo definitivo” entre o Congresso Nacional e o governo sobre a distribuição e a execução das emendas parlamentares, verbas que têm sido alvo de bloqueios pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em entrevista coletiva à imprensa nesta quinta-feira, 30, Lula disse que as emendas parlamentares foram uma conquista dos deputados e senadores durante um “governo irresponsável”, em referência à gestão de Jair Bolsonaro.

“O governo não tem nada a ver com as emendas parlamentares. Foi uma conquista deles num governo irresponsável, que não governava o País”, afirmou. “Então, elas existem. Nós estamos agora com decisões da Suprema Corte, do ministro Flávio (Dino), e nós vamos negociar para ver se se coloca um acordo definitivo entre a Câmara e o Poder Executivo.”

Lula continuou: “Se tiver que dar emenda, vamos dar emenda subordinada e orientada a projetos de interesse do Estado brasileiro, sobretudo, na área da educação, na área da saúde, na área do transporte. É assim que a gente vai trabalhar, até que a gente crie condições para que seja de uma forma diferente.”

O presidente afirmou ainda que não terá dificuldades nas próximas gestões do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, cujos favoritos para as eleições deste sábado, 1º, são Davi Alcolumbre (União-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB). Na ocasião, Lula voltou a dizer que não se mete nas eleições dos presidentes do Congresso.

“O meu presidente do Senado é aquele que ganhar, e o da Câmara, é aquele que ganhar. Quem ganhar, eu vou respeitar e vou estabelecer uma nova relação”, declarou.
Ele prosseguiu: “Então, se o Hugo Motta foi eleito presidente da Câmara, e o Alcolumbre, presidente do Senado, eles serão os presidentes das instituições, e é com eles que nós vamos fazer as tratativas que tiver que fazer.”