O cardiologista Roberto Kalil Filho, médico particular do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, descartou a possibilidade de sangramento do presidente migrar para outra parte do cérebro. Nesta quinta-feira, 12, pela manhã, o chefe do Executivo foi submetido a um procedimento cirúrgico para bloquear novos sangramentos.
“O que foi feito hoje (quinta) é para minimizar os riscos de novos sangramentos”, reforçou Kalil, que reiterou que o presidente, desde o primeiro momento não teve sequela alguma. Ele lembrou do quadro do presidente de dois meses atrás, quando sofreu uma queda. “Ninguém esperava outro sangramento”.
Kalil disse que Lula foi informado na tarde de quarta-feira (11) sobre o procedimento que faria na quinra pela manhã. “Não avisamos antes porque medicina é dia a dia”, pontuou o médico, que ainda acrescentou que desde a noite que foi feita a drenagem, esse procedimento já havia sido discutido.
A médica da Presidência da República, Ana Helena Germoglio, afirmou que a equipe médica não atribui a hemorragia intracraniana detectada na segunda-feira, 9, no chefe do Executivo federal ao estresse.
Kalil Filho disse que o petista sempre faz uma avaliação geral no final do ano. O que se discutiu, segundo ele, foi sobre a melhor hora para um check-up de rotina. “Não foi por questão neurológica”, disse.
Segundo ele, Lula vai continuar a rotina de fisioterapia e os cuidados intensivos vão diminuindo. A expectativa é de que um novo boletim médico seja divulgado ainda nesta quinta-feira, 12, no final da tarde, após a retirada do dreno da cabeça do chefe do Executivo. De acordo com Germoglio, o foco da equipe é que a alta do presidente seja em breve.
Kalil Filho afirmou que o chefe do Executivo tem “capacidade total” de assinar qualquer tipo de decreto. Mesmo no hospital, Lula não passou a Presidência ao vice-presidente, Geraldo Alckmin, e, portanto, ainda acumula as funções do cargo.
“O presidente sempre se manteve sereno, sempre seguindo ordens médicas, protocolos de tratamento, sempre manteve essa posição”, comentou Kalil. “A palavra é serenidade”, citou.
O cardiologista disse desconhecer se Lula despachou ou não do hospital. Porém, pontuou que Lula tem capacidade total de assinar qualquer tipo de decreto.
O neurologista Rogério Tuma, um dos responsáveis pelo acompanhamento de Lula, disse que o exame neurológico do petista está normal. “Ele está muito bem e apto a praticar qualquer ato de vida civil, de manutenção da vida, está cognitivamente íntegro”, citou. “Está apto a exercer qualquer tipo de trabalho “
Tuma pontuou que a única recomendação é que o presidente não se esforce fisicamente ou mentalmente. “Então, a solicitação é que ele não trabalhe enquanto está no hospital, e não passe nenhum estresse”, disse.
O neurocirurgião Marcos Stavale, que compõe a equipe médica do presidente, afirmou que o novo sangramento do petista foi “inesperado” e, por isso, foi feito um novo procedimento nesta quinta-feira, 12. O médico, porém, afirmou que o chefe do Executivo federal está “neurologicamente perfeito, ótimo”.
De acordo com ele, o procedimento realizado pela manhã foi para bloquear novos sangramentos.
“Agora, temos segurança máxima. O risco de ele ter novo sangramento é estatisticamente desprezível”, comentou Stavale. Kalil Filho enfatizou que em “nenhum momento” o presidente teve lesão cerebral.