A JBS anunciou a assinatura de um memorando de entendimentos com o governo da Nigéria. A iniciativa prevê o investimento de US$ 2,5 bilhões nos próximos cinco anos para a construção de seis fábricas – três para aves, duas para bovinos e uma para suínos -, que deve, segundo a companhia, fomentar o desenvolvimento de cadeias produtivas sustentáveis no país africano.
Como a maior economia da África e a nação mais populosa, a Nigéria também tem uma das maiores taxas de crescimento populacional do mundo. De acordo com as projeções das Nações Unidas, a população da Nigéria deve chegar a 400 milhões até 2050, acima dos atuais 250 milhões.
O PIB do país, atualmente em US$ 363,82 bilhões, pode mais que dobrar para US$ 1 trilhão até 2050. Simultaneamente, a Nigéria enfrenta uma das maiores taxas de insegurança alimentar do mundo, com 24,8 milhões de pessoas sofrendo de fome (WFP). Na África Subsaariana, 76% da população que vive em extrema pobreza depende da agricultura (WB).
“Nosso objetivo é estabelecer uma parceria forte e apoiar a Nigéria no enfrentamento da insegurança alimentar. Nossa experiência em regiões onde atuamos no mundo todo mostra que desenvolver uma cadeia de produção de alimentos sustentável cria um ciclo virtuoso de progresso socioeconômico, particularmente para populações vulneráveis”, disse Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS. Sob o MoU, a JBS desenvolverá um plano de investimento de cinco anos, incluindo estudos de viabilidade, projetos preliminares, estimativas de orçamento e um plano de ação para o desenvolvimento da cadeia de suprimentos.
O governo nigeriano, por sua vez, garantirá as condições econômicas, sanitárias e regulatórias necessárias para o sucesso do projeto. O acordo descreve a construção de seis plantas — três para aves, duas para carne bovina e uma para carne suína — com um investimento de US$ 2,5 bilhões. A produção de proteína na Nigéria é responsável por 10% do PIB e supre 40% da demanda doméstica. A expansão da produção local tem o potencial não apenas de melhorar a segurança alimentar, mas também de reduzir significativamente as importações, gerar empregos locais e apoiar milhões de pequenos agricultores.
De acordo com um relatório da Força-Tarefa de Sistemas Alimentares B20, o braço empresarial do G20 durante a presidência do Brasil, estimular o crescimento da produtividade por meio da adoção de tecnologias inovadoras e assistência técnica para agricultores, especialmente pequenos produtores, é essencial para aumentar a produção agrícola, preservando os recursos naturais e garantindo que populações vulneráveis tenham acesso a alimentos de qualidade. Esta recomendação foi adotada na declaração final dos líderes do G20.
“Nosso objetivo é colaborar com o governo nigeriano para apoiar a implementação do Plano Nacional de Segurança Alimentar, compartilhando nossa experiência no desenvolvimento de cadeias de suprimentos agroindustriais sustentáveis e melhores práticas para aumentar a eficiência, a produtividade e a capacidade de produção do país”, concluiu Tomazoni.