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Israel ataca 75 alvos militares do Hezbollah no sul do Líbano

O Ministério da Saúde do Líbano informou que pelo menos 564 pessoas foram mortas em ataques israelenses desde segunda-feira

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26 de setembro de 2024
Vinicius Palermo
Israel ataca 75 alvos militares do Hezbollah no sul do Líbano
Quase um ano de confrontos entre Hezbollah e Israel já havia deslocado dezenas de milhares de pessoas de ambos os lados da fronteira

O exército de Israel afirmou ter atacado 75 alvos do Hezbollah no sul e leste do Líbano durante as primeiras horas da manhã de quinta-feira, 26.

“Durante a noite, o exército atingiu cerca de 75 alvos terroristas pertencentes ao Hezbollah na área de Bekaa, no leste do Líbano, bem como no sul do país” indicaram as forças armadas. Entre os alvos atacados estavam depósitos de munições e plataformas de lançamento de projéteis.

O Ministério da Saúde do Líbano informou que pelo menos 564 pessoas foram mortas em ataques israelenses desde segunda-feira, incluindo 50 crianças e 94 mulheres, e mais de 1.800 ficaram feridas – um número alarmante para um país ainda se recuperando de um ataque mortal a dispositivos de comunicação na semana passada.

Quase um ano de confrontos entre Hezbollah e Israel já havia deslocado dezenas de milhares de pessoas de ambos os lados da fronteira antes da escalada desta semana. Israel prometeu fazer o que for necessário para garantir que seus cidadãos possam voltar para suas casas no norte, enquanto o Hezbollah afirmou que continuará com os ataques de foguetes até que haja um cessar-fogo em Gaza, o que parece cada vez mais distante.

O tenente-general Herzi Halevi, comandante do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, disse aos soldados na quarta-feira, 25, para se prepararem para uma possível invasão terrestre no Líbano. Duas brigadas de reservistas foram convocadas pelas forças na quarta, e Israel continua realizando ataques aéreos no país.

Segundo Israel, o Hezbollah tem cerca de 150.000 foguetes e mísseis, alguns capazes de atingir qualquer lugar em Israel, e o grupo já lançou cerca de 9.000 foguetes e drones desde outubro do ano passado.

Os Estados Unidos, a França e outros países aliados apelaram conjuntamente na quarta-feira, 26, por um cessar-fogo imediato de 21 dias no conflito entre Israel e o Hezbollah, que matou mais de 600 pessoas no Líbano nos últimos dias.

A declaração conjunta, negociada à margem da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, afirma que os combates são “intoleráveis e apresentam um risco inaceitável de uma escalada regional mais ampla”.

“Apelamos a um cessar-fogo imediato de 21 dias através da fronteira Líbano-Israel para proporcionar espaço à diplomacia”, diz o texto. Não houve reação imediata dos governos de Israel e do Líbano, tampouco do Hezbollah.

Altos funcionários dos Estados Unidos disseram que todas as partes estavam cientes do pedido de cessar-fogo e se pronunciariam nas próximas horas. O governo libanês deverá atuar para convencer o grupo militante a acatar o acordo.

Embora o pedido de cessar-fogo se aplique apenas à fronteira Israel-Líbano, altos funcionários americanos disseram que pretendem aproveitar a eventual pausa nos combates para reiniciar as negociações por uma trégua na Faixa de Gaza.

Austrália, Canadá, União Europeia, Alemanha, Itália, Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Catar também assinam o pedido.