A empresária e influenciadora digital Deolane Bezerra foi presa na manhã de quarta-feira, 4, em uma operação realizada pela Polícia Civil de Pernambuco denominada “Integration”, que mira desarticular uma organização criminosa envolvida em jogos ilegais e lavagem de dinheiro.
Além de 19 mandados de prisão, foram cumpridas outras medidas cautelares: 24 mandados de busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens (carros de luxo, imóveis, aeronaves e embarcações) e valores. Também houve o bloqueio de ativos financeiros no valor de R$ 2,1 bilhões.
Também foram adotadas medidas de entrega de passaporte, suspensão do porte de arma de fogo e cancelamento do registro de arma de fogo.
Os mandados foram cumpridos no Recife (PE), Campina Grande (PB), Barueri (SP), Cascavel e Curitiba (PR) e Goiânia (GO). Todos eles foram expedidos pelo Juízo da 12ª Vara Criminal da Comarca de Recife.
A 42ª Operação de Repressão Qualificada do ano denominada “Integration” é vinculada à Diretoria Integrada Metropolitana (DIM), sob a presidência do delegado Paulo Gondim, diretor integrado metropolitano.
Após a prisão da empresária, a irmã da suspeita, Dayanne Bezerra, disse nas redes sociais que sua família está sendo perseguida.
Dayanne, também advogada e influenciadora, afirmou que sua mãe, Solange Alvez, foi detida na mesma operação. A Polícia Civil de Pernambuco, no entanto, ainda não confirmou a informação. As defesas de Deolane e da mãe ainda não se manifestaram.
“Mais uma vez, a minha família está sendo perseguida. Vamos provar a nossa inocência”, afirmou em stories no Instagram.
Ela disse também que o processo está relacionado com o site de apostas esportivas e jogos Esportes da Sorte. Em nota, o site afirma cumprir seus deveres legais.
“Até o momento, o que nós e advogados sabemos sobre isso é que um processo relacionado à empresa Esportes da Sorte. Ainda não sabemos o real motivo disso, mas sabemos que é uma empresa que atua em todo o Brasil com diversos influenciadores, com diversas emissoras de televisão e, até onde sei, é uma empresa idônea”, afirmou Dayanne, em seu perfil no Instagram.
Em nota, o Esportes da Sorte destacou “compromisso com a verdade, com o jogo responsável e, principalmente, com o cumprimento de todos os seus deveres legais”. Afirmou ainda estar à disposição “para apresentar documentos, esclarecer dúvidas e prestar apoio irrestrito a qualquer ação investigatória”. Além disso, reclamou sobre estar “às escuras, sem acesso aos autos do inquérito e aos motivos da ação policial “.
“Temos uma vida pública e um compromisso com vocês, seguidores. E antes que na mídia se espalhem mentiras e inverdades, que mais uma vez minha família está sofrendo, eu mesma venho aqui explicar o acontecido”, acrescentou.
Dayanne contou que a polícia paulista foi até a casa de Deolane, em São Paulo, e apreendeu objetos de valor, dentre eles, relógios e dinheiro.
Deolane Bezerra publicou no início da tarde de quarta-feira, 4, uma carta aberta sobre a sua prisão preventiva, decretada pela manhã. Ela está sendo investigada por suspeita de envolvimento com uma organização criminosa de jogos de azar ilegais e lavagem de dinheiro. “Estou sofrendo uma grande injustiça”, afirma.
“É notório o preconceito e a perseguição contra minha pessoa e minha família, mas isso tudo servirá para provar mais uma vez para todos vocês que não pratico e nunca pratiquei ‘crimes’”, diz Deolane na carta, escrita em próprio punho. A influenciadora ainda brinca: “jajá tô aqui de novo. Exquece (bordão utilizado por ela) que a mãe ta enjaulada”.
Na carta, a advogada demonstra preocupação com a mãe. “Confesso para vocês que estou destruída ao ver minha mãe passar por tamanha humilhação.”
Por meio das redes sociais, o escritório Adelia Soares Advogados, que representa Deolane, se manifestou sobre a investigação e disse que todas as questões legais estão sendo tratadas com a seriedade e transparência que o caso requer.
“Informamos que a Drª Deolane Bezerra tem plena confiança na Justiça e permanece à disposição para colaborar com as autoridades competentes, de modo a esclarecer todos os fatos”, diz a nota.
A investigação começou com uma apreensão de R$ 180 mil em dezembro de 2022 e já está na terceira fase. É voltada para um esquema de lavagem de dinheiro adquirido por meio de jogos de azar e dividida em três fases: aquisição, ocultação e integração do dinheiro ao patrimônio dos envolvidos – esta última, ocorre agora e é a que causou a prisão de Deolane.
A operação é vinculada à Diretoria Integrada Metropolitana (DIM) Ao menos 170 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães, participam da ação.