O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) subiu 0,18% em setembro, após a alta de 0,72% em agosto, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) na terça-feira, 17. O resultado ficou acima da mediana, de 0,10%, das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pela reportagem, e dentro do intervalo, de queda de 0,04% a alta de 0,21%.
Quanto aos três indicadores que compõem o IGP-10, os preços no atacado medidos pelo IPA-10 tiveram elevação de 0,14% em setembro, ante uma alta de 0,84% em agosto. Os preços ao consumidor verificados pelo IPC-10 apresentaram aumento de 0,02% em setembro, após avanço de 0,33% em agosto. Já o INCC-10, que mede os preços da construção civil, teve elevação de 0,79% em setembro, depois de subir 0,59% em agosto.
Com o resultado, o IGP-10 acumula um aumento de 2,54% neste ano. A taxa acumulada em 12 meses ficou positiva em 4,25%. O período de coleta de preços para o indicador de setembro foi do dia 11 de agosto a 10 deste mês.
Os preços agropecuários medidos pelo IPA Agrícola subiram 0,88% no atacado em setembro, após terem aumentado 0,95% em agosto, dentro do IGP-10. Já os preços dos produtos industriais, mensurados pelo IPA Industrial, tiveram redução de 0,14% no atacado em setembro, depois do avanço de 0,79% em agosto.
Dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais tiveram alta de 0,60% em setembro, ante elevação de 0,09% em agosto. Os preços dos bens intermediários aumentaram 0,60% em setembro, após alta de 1,26% em agosto. Já os preços das matérias-primas brutas caíram 0,86% em setembro, depois da elevação de 1,12% em agosto.
Os recuos nos preços do tomate (-18,50%), batata-inglesa (-15,56%), cebola (-24,23%), perfume (-3,09%) e passagem aérea (-1,29%) lideraram o ranking de alívios sobre a inflação ao consumidor medida pelo IGP-10 de setembro. Quatro dos oito grupos de despesas pesquisados registraram deflação no mês.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10) desacelerou de uma elevação de 0,33% em agosto para uma alta de 0,02% em setembro.
Em relação ao mês anterior, seis das oito classes de despesa registraram taxas de variação mais baixas em setembro: Transportes (de 1,52% em agosto para 0,13% em setembro), Educação, Leitura e Recreação (de 1,88% para -0,10%), Despesas Diversas (de 1,34% para 0,66%), Habitação (de 0,31% para 0,23%), Comunicação (de 0,30% para -0,11%) e Vestuário (de -0,18% para -0,23%).
As principais contribuições partiram dos itens: gasolina (de 4,56% para 0,24%), passagem aérea (de 11,21% para -1,29%), serviços bancários (de 2,16% para 0,62%), gás de bujão (de 1,50% para 0,73%), mensalidade para internet (de 1,83% para 0,00%) e serviços do vestuário (de 2,29% para 0,49%).
Na direção oposta, as taxas foram mais elevadas nos grupos Alimentação (de -1,32% para -0,43%) e Saúde e Cuidados Pessoais (de -0,01% para 0,18%). As maiores influências partiram dos itens: frutas (de -2,08% para 6,79%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (de -1,02% para -0,30%).
Os recuos nos preços do minério de ferro (-8,41%) e da soja (-0,99%) desaceleraram a inflação no atacado. “O índice de preços ao produtor apresentou desaceleração significativa entre agosto e setembro. As principais commodities, como soja e minério de ferro, que têm maior peso no índice, registraram quedas nos preços”, apontou André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-10) passou de um aumento de 0,84% em agosto para uma alta de 0,14% em setembro. Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais saíram de um aumento de 0,09% em agosto para uma elevação de 0,60% em setembro, impulsionados pelo subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de -6,21% para -0,96%.
O grupo de Bens Intermediários desacelerou de 1,26% em agosto para 0,60% em setembro, puxado pela queda nos preços do subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, que passou de 2,20% para -1,72%.
A taxa do grupo Matérias-Primas Brutas arrefeceu de 1,12% em agosto para -0,86% em setembro, tendo como principais contribuições os itens: minério de ferro (de -1,68% para -8,41%), café em grão (de 5,23% para 1,10%) e cana-de-açúcar (de 1,85% para 0,04%). Na direção oposta, houve aceleração nos itens: laranja (de 5,52% para 10,64%), aves (de 1,03% para 2,03%) e bovinos (de 2,67% para 2,83%).