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Demanda global

Guerra comercial entre EUA e Europa pode impulsionar inflação

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor elevadas tarifas a produtos importados, incluindo os da Europa.

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29 de novembro de 2024
Vinicius Palermo
Guerra comercial entre EUA e Europa pode impulsionar inflação
A presidente do BCE, Christine Lagarde

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, avaliou que uma guerra tarifária entre Estados Unidos e Europa pode impulsionar levemente a inflação no curto prazo.

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor elevadas tarifas a produtos importados, incluindo os da Europa. Se os governos europeus retaliarem, desencadeando um conflito comercial transatlântico, haveria um impacto na demanda global e na produção econômica, disse.

Segundo ela, o efeito sobre a inflação seria difícil de avaliar, mas provavelmente levaria os preços a acelerarem. “Você pode argumentar dos dois lados; depende de quais são as tarifas, em que elas são aplicadas e em que período de tempo”, disse Lagarde. Os movimentos cambiais aumentam os cálculos complicados, completou.

Seus comentários ecoam os do presidente do Bundesbank, Joachim Nagel, que disse recentemente que as tarifas propostas por Trump poderiam ter um efeito significativo na inflação.

Em contrapartida, o dirigente do BCE e presidente do BC da França, François Villeroy de Galhau, sugeriu que as tarifas não aqueceriam muito os preços na zona do euro e que o maior efeito seria no crescimento já anêmico do bloco.

Na quinta-feira, o presidente eleito dos Estados Unidos afirmou que teve uma conversa “maravilhosa e produtiva” com a presidente do México, Claudia Sheinbaum, e que ela concordou em impedir a migração do México para os Estados Unidos, fechando efetivamente a fronteira sul.

“O México impedirá que as pessoas vão para nossa fronteira sul, com efeito imediato. Isso ajudará muito a parar a invasão ilegal dos EUA”, escreveu ao agradecer a medida, em publicação na Truth Social.

De acordo com o republicano, os líderes também discutiram sobre o que pode ser feito para impedir a entrada de drogas em território americano, bem como o consumo.

A mexicana indicou separadamente nas redes sociais ter dito a Trump que o México já está “cuidando” das caravanas de migrantes, chamando a conversa de “excelente”.

“Reiteramos que a posição do México não é fechar fronteiras, mas construir pontes entre governos e entre povos”, acrescentou Sheinbaum.

A ligação aconteceu dias depois de Trump ameaçar impor novas tarifas abrangentes ao Canadá e ao México como parte de seu esforço para reprimir a imigração ilegal e as drogas. Nenhum dos lados esclareceu a situação das tarifas.