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Governo de São Paulo mantém 48 cidades em alerta máximo para incêndios

O número de cidades em alerta máximo no estado de São Paulo havia sido atualizado de 46 para 48 na noite do domingo (25)

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26 de agosto de 2024
Vinicius Palermo
Governo de São Paulo mantém 48 cidades em alerta máximo para incêndios
Tarcísio sobe em um dos aviões emprestados pelo governo federal para ajudar no combate aos incêndios em São Paulo: “as Forças Armadas continuam mobilizadas com o Corpo de Bombeiros para realizar trabalhos preventivos nas áreas mais afetadas”

O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Defesa Civil de São Paulo mantém 48 municípios do Estado em alerta máximo para incêndios na segunda-feira (26), informou o governo estadual em nota. Todos os focos ativos, no entanto, foram controlados, e as rodovias do Estado estão liberadas, com monitoramento contínuo pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp).

O número de cidades em alerta máximo havia sido atualizado de 46 para 48 na noite do domingo (25), com a inclusão de Batatais e Barrinha, reforçando a gravidade da situação nas regiões mais afetadas pelo tempo seco e pelo risco de novos focos de incêndio. Além disso, o cenário meteorológico não apresenta previsão de chuvas, com a umidade relativa do ar podendo cair abaixo de 30%, especialmente no interior do Estado, aumentando o risco de novos incêndios.

O governador Tarcísio de Freitas decretou situação de emergência por 180 dias em 45 municípios paulistas por causa dos incêndios florestais registrados entre 4 e 24 de agosto, conforme publicado no Diário Oficial do Estado no sábado (24). Em paralelo, a Polícia Civil está intensificando as investigações sobre incêndios criminosos, com três prisões já efetuadas em São José do Rio Preto, Batatais e Porto Ferreira.

Os incêndios se espalharam com maior intensidade a partir da sexta-feira, 23, e chegaram a bloquear o fluxo de rodovias e cobriram com fumaça o céu de cidades do interior. O governo de São Paulo determinou a instauração de um gabinete de crise para incêndios. Ao menos quatorze regionais foram atingidas.

Tarcísio informou que enviou ajuda humanitária para desabrigados. No domingo, a Defesa Civil e o Fundo Social do Estado enviaram ajuda para Pradópolis, na região de Ribeirão Preto, uma das cidades mais afetadas.

Também foi montado um plano emergencial na área da saúde com orientações sobre como será oferecido tratamento à população que enfrenta problemas respiratórios.

A Polícia Federal vai instaurar novo inquérito para apurar os casos e duas pessoas foram presas pela Polícia Civil, até o momento.

O governador disse que o governo federal foi acionado e ofereceu suporte imediato para o combate aos incêndios ocorridos no Estado de São Paulo. “Quero ressaltar o apoio que o Governo Federal nos deu, desde o primeiro momento. A partir do acionamento, nós tivemos uma pronta resposta, toda solidariedade também, o envio de equipamentos, sobretudo das Forças Armadas, que foram muito importantes no combate aos incêndios”, afirmou.

Ele ainda destacou a diversidade dos recursos enviados, incluindo “seis helicópteros do Exército e da Marinha, o avião KC da Força Aérea, equipamentos de engenharia do Exército para fazer os lanceiros e um reforço de pessoal para combater o fogo de forma mais eficaz”.

Segundo Tarcísio, as Forças Armadas continuam mobilizadas com o Corpo de Bombeiros para realizar trabalhos preventivos nas áreas mais afetadas. Ele atribui o alastramento dos incêndios a três fatores principais: estiagem severa, altas temperaturas e ventos fortes. “Primeiro, de fato, é estiagem severa que se alastrou por muito tempo. A gente já tinha vários municípios em situação de emergência”, disse.

No domingo (25), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou que os incêndios no interior de São Paulo são atípicos e precisam ser investigados. Ela informou que a Polícia Federal abriu dois inquéritos para apurar as causas das queimadas.

Em meio à estiagem e calor extremo, o Estado registrou entre quinta-feira (22) e sexta-feira (23) 2.316 focos de fogo, número quase sete vezes maior do que o registrado em todo o mês de agosto do ano passado, que contou com 352 incidentes, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Produtores rurais afetados por incêndios em cidades do interior neste fim de semana terão direito a um crédito com limite de R$ 25 mil para auxiliar na recuperação dos prejuízos causados pelo fogo. O governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, disponibilizou o valor recorde de R$ 100 milhões para o auxílio.

Os valores são do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap), e conta com 15 seguradoras credenciadas, que concederão as subvenções que variam de 25% a 30%, dependendo da cultura produtiva. O fundo é usado para amenizar os impactos das perdas de produção causadas por seca e outras intempéries, e para custeios emergenciais.

O governo de São Paulo segue com os trabalhos do gabinete de crise e do posto avançado, em Ribeirão Preto, para monitorar a situação.

O gabinete de crise foi implantado na sexta-feira (23) e o governador Tarcísio de Freitas decretou situação de emergência por 180 dias, nas áreas de 45 municípios paulistas.