Economia
Sabatina

Governo confirma indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do BC

Segundo Haddad, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, encaminhará o nome de Galípolo ao Senado, responsável por sabatiná-lo.

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28 de agosto de 2024
Vinicius Palermo
Governo confirma indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do BC
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo é favorito para assumir a presidência do BC

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou na quarta-feira, 28, a indicação do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, para a presidência da instituição. Segundo Haddad, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, encaminhará o nome de Galípolo ao Senado, responsável por sabatiná-lo.

“Ele está encaminhando ao Senado Federal, ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e ao senador Vanderlan Cardoso, presidente da CAE, o indicado dele para a presidência do Banco Central, que vem a ser o Gabriel Galípolo”, disse Haddad a jornalistas, no Palácio do Planalto.

O ministro informou que, agora, o governo começa a trabalhar nas indicações para os três outros diretores que precisam ser nomeados.

Os mandatos do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, e dos diretores de Regulação e Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta terminam em 31 de dezembro. Com a escolha de Galípolo, o governo também terá de indicar um novo diretor de Política Monetária.

“Oportunamente, nós devemos, depois de entrevistar e tomar a decisão junto ao presidente da República, indicar os três diretores que vão compor a nova diretoria”, disse Haddad.

O ministro evitou estimar uma data para quando ocorrerá a sabatina do indicado à presidência do Banco Central, que atualmente é diretor de Política Monetária da instituição. Ele afirmou, contudo, que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, já chegou a discutir o assunto com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Para Haddad, a importância dessa indicação está sintonizada entre Pacheco e o presidente da República.

Em anúncio à imprensa, o ministro também comentou que tentou falar com Pacheco há pouco, sem sucesso, e que voltará a ligar para o presidente do Senado para tratar do assunto relativo à escolha de Galípolo.

“O presidente Lula chegou a discutir com Pacheco qual seria a melhor oportunidade, cabe ao Senado marcar e decidir, mas creio está sintonizado entre Lula e Pacheco em relação à importância dessa indicação. Então vamos aguardar pronunciamento de Pacheco. Tentei agora há pouco falar com ele, não consegui, saindo aqui vou voltar a ligar para conversar sobre isso. Mas Lula já tinha conversa com Pacheco e vamos respeitar a institucionalidade da Casa, que tem seus ritos e afazeres e vai julgar o momento para realizar a sabatina”, disse Haddad.

Confirmado como a indicação do governo Lula para a presidência do Banco Central, Galípolo, disse ser uma “honra, um prazer e uma responsabilidade imensa” ser indicado ao posto. Ele falou brevemente com a imprensa após o anúncio.

“Vou ser breve, a indicação ainda depende da aprovação do Senado. Então, por respeito, serei breve, mas, na mesma magnitude, é uma honra, prazer e responsabilidade imensa ser indicado à presidência do BC do Brasil pelo presidente Lula e o e ministro Fernando Haddad. É uma honra enorme e grande responsabilidade, e estou muito contente”, afirmou o diretor.

Galípolo acrescentou ainda que não responderia a perguntas dos jornalistas presentes para respeitar a institucionalidade do processo, uma vez que seu nome ainda será sabatinado e precisará ser aprovado pelo Senado Federal.

Galípolo se aproximou de Luiz Inácio Lula da Silva quando o petista ainda era candidato a presidente da República, em 2022. Ele foi um dos responsáveis por fazer a ponte entre o petista e o mercado financeiro.
Lula foi reabilitado para eleições em 2021, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin anulou ações contra o petista. Em seguida, o Supremo invalidou todas as condenações contra Lula na Lava Jato, que o haviam levado para a cadeia.

Assim que retomou a elegibilidade, Lula passou a trabalhar em sua candidatura presidencial. Uma das principais tarefas era recriar laços com o PIB. O empresariado e o mercado financeiro têm desconfianças com o PT desde sempre. A situação ficou pior depois da crise econômica do governo de Dilma Rousseff.

A atuação de Galípolo foi parte de um movimento mais amplo, que envolveu acenos ao setor produtivo. Lula teve uma série de jantares e outros encontros com banqueiros, industriais e empresários de diversas outras áreas.

Outros nomes importantes nesse processo foram Walfrido Mares Guia (Kroton) e José Seripieri Filho (Qsaúde), conhecido como Júnior da Qualicorp, ambos amigos de longa data do hoje presidente da República. Também participaram do esforço os advogados Walfrido Warde e Marco Aurélio de Carvalho.