O furacão Milton chegou à costa da Flórida às 20h30 (21h30 no horário de Brasília) de quarta-feira, 9, tocando o solo de Siesta Key, perto da cidade de Sarasota, com força de categoria 3 e ventos sustentados de 205 km/h, que faziam dele um furacão de grande intensidade. Na madrugada desta quinta-feira, 10, ele enfraqueceu para a categoria 1, enquanto se movia pela Flórida, mas alertas sobre o efeito devastador, incluindo inundação repentina, permaneciam ativos. Segundo as autoridades locais, 5 pessoas morreram, mas este número deve aumentar.
O centro do furacão Milton está saindo do continente, se movendo para a costa leste da Flórida, com ventos máximos sustentados de 137 km/h, de acordo com o Centro Nacional de Furacões. Espera-se que Milton continue a se afastar da península e siga para o norte das Bahamas.
A maior preocupação, no momento, são as fortes chuvas e o risco de inundações, que já atingem várias cidades. Uma onda de tornados também causa estragos. Na cidade de Fort Pierce, os ventos causaram mortes.
O perigo das rajadas de vento levou as autoridades de Tampa a suspenderem os serviços de emergência até que seja seguro para os socorristas.
Ao menos 400 mil pessoas estão sem energia na cidade, segundo a chefe dos bombeiros da cidade, Barbara Tripp, em entrevista à CNN norte-americana.
Autoridades do condado de Martin, na Flórida, afirmam que foram registrados vários feridos e dezenas de casas foram danificadas à medida que o furacão Milton atingiu o Estado com ventos fortes, chuva intensa e tornados prejudiciais.
Antes mesmo de tocar o solo, o furacão provocou uma série de tornados na parte central do Estado, onde está localizada a cidade de Orlando, e no sudeste.
Imagens da ventania viralizaram nas redes sociais. Segundo autoridades, diversas mortes foram registradas numa comunidade de aposentados na cidade de Fort Pierce durante a onda de tornados, mas ainda não foram divulgadas mais informações nem o número de vítimas.
Além dos ventos, autoridades temem as chamadas “storm surges”, ou marés de tempestades, que acontecem quando a água do oceano é empurrada para a costa pelos ventos – historicamente, esta tem sido a principal causa de morte por furacões. Se a onda ocorrer durante a maré alta, pode ter efeitos de longo alcance. Segundo o NHC, elas podem atingir entre 2,7 e 3,8 metros.
Na Baía de Tampa, a água está recuando conforme o furacão de desloca para o sul. Autoridades locais, no entanto, alertaram a população para os riscos fatais para os curiosos em ver o fenômeno de perto: “Não entre na água que está recuando na Baía de Tampa. A água voltará com a maré de tempestade e representa um risco de morte”, disse a Divisão de Gerenciamento de Emergências da Flórida.
Zonas de seis condados do Estado receberam ordens de evacuação obrigatórias, enquanto outras estão sob alerta de emergência. A situação mais dramática é na costa oeste, onde está localizada a Baía de Tampa, onde estão cidades grandes como Clearwater e Saint Petersburg.
Na cidade de Tampa, o parque Busch Gardens fechou as portas diante da proximidade do furacão. Em outros pontos turísticos da costa da Flórida, como Venice, moradores também estão procurando abrigos.
Os ventos danosos do furacão também foram acompanhados por chuvas pesadas. Bombeiros disseram que um guindaste caiu no centro de St. Petersburg, mas não há relatos de feridos.
O teto do Tropicana Field, onde o time de beisebol Tampa Bay Rays joga, também em St. Petersburg, foi arrancado com a força do vento. Nenhum ferimento foi relatado, mas o governo local pediu ao público que evitasse a área até novo aviso.
Siesta Key, onde Milton atingiu, é uma ilha ao largo de Sarasota com praias de areia branca e tem cerca de 5,5 mil moradores. A comunidade fica a cerca de 113 quilômetros ao sul de Tampa, que é a cidade onde se espera que o furacão Milton seja mais devastador, de acordo com as previsões meteorológicas.
De um total de 67 condados, 51 estão em Estado de emergência e 15, com uma população combinada de 7,3 milhões de pessoas, receberam ordens de retirada por causa da tempestade – que registrou a intensificação mais rápida da História e ameaçou inaugurar uma nova categoria máxima, a de número 6, com ventos de mais de 307 km/h.
Mesmo após se deslocar da costa da Flórida para o Oceano Atlântico, o furacão continuará a atingir a costa leste do Estado com ventos e chuvas intensos, causando inundações generalizadas devido à tempestade.
Autoridades informaram que esforços de busca e resgate estão em andamento na Flórida depois que tornados perigosos devastaram a região.
Antes mesmo de chegar à costa, vários tornados gerados pelo Milton atingiram a Flórida. Três escritórios do Serviço Nacional de Meteorologia da Flórida em Miami, Tampa e Melbourne emitiram mais de 130 alertas de tornado associados ao furacão Milton até a noite da quarta-feira.
O chefe de polícia de St. Lucie, Keith Pearson, relatou a morte de moradores com a passagem dos tornados. Em entrevista à WPBF News, Pearson, não detalhou qual seria o número de vítimas no local.
Cerca de 125 casas foram destruídas antes do furacão chegar à costa, muitas delas casas móveis em comunidades para idosos, disse Kevin Guthrie, diretor da Divisão de Gerenciamento de Emergências da Flórida.