O fundo de growth equity da gestora Angra Partners acaba de realizar uma rodada de investimento de R$ 20 milhões na Promip, empresa de base tecnológica que reúne em seu portfólio produtos biológicos para a implementação de Programas de Manejo Integrado de Pragas, segundo informou a companhia em seu site.
“A investida começa a se destacar como referência de inovação no mercado de biodefensivos agrícolas por causa do protagonismo de sua equipe técnica e do diferencial tecnológico do seu portfólio, em especial o Baculomip, biodefensivo produzido a partir de vírus para o controle de pragas”, disse o fundo em comunicado.
Com o investimento da Angra, “a empresa pretende ofertar ao mercado novos produtos apoiados nas tecnologias globais mais avançadas em bioinsumos. Além disso, os recursos serão utilizados para aumentar sua capacidade e eficiência produtiva, e expandir o alcance geográfico dos seus produtos para novas regiões do Brasil e outros países da América Latina”.
O diretor da Angra Partners, Murillo Vianna, disse na nota: “Temos, conhecidamente, uma atuação ativa em nossas investidas, apoiando a empresa com inteligência financeira, estratégica, de mercado e de negócios, implementando também uma governança positiva, permitindo que a empresa busque o crescimento esperado de forma saudável. Para a Promip não será diferente, além dos pontos elencados, e dada a natureza inovadora da empresa, estamos implementando um comitê de inovação com objetivo de manter ritmo e buscar oportunidades, tanto no ganho de eficiência da estrutura atual, como no desenvolvimento de novos produtos.”
O ano de 2025 promete ser um ano de alta atividade para a Angra Partners, considerando que este fundo de growth ainda está em período de investimento e com R$ 180 milhões para alocação.
A Angra explicou que busca para esse fundo “realizar aportes primários entre R$ 10 milhões e R$ 40 milhões, em troca de participações minoritárias relevantes, em empresas com faturamento anual acima de R$ 15 milhões e que tragam soluções inovadoras e economicamente atrativas em setores nos quais o Brasil apresenta grandes problemas a serem resolvidos”.
O inverno das startups deu origem a uma safra de empresas resilientes e mais maduras, mas que têm encontrado dificuldades para levantar recursos em um cenário de liquidez ainda baixa. Para os fundos que estão com o bolso cheio, o momento é de aproveitar a oportunidade de encontrar empresas de qualidade, sem valuations inflados. É o caso da Angra Partners, gestora tradicional de private equity, que acaba de lançar seu primeiro fundo de venture capital, com R$ 200 milhões para investir.
Voltado para inovação, tecnologia e impacto, o fundo tem como única cotista a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O fundo será focado no early growth, com investimento em rodadas de séries A e B.
O novo braço de capital de risco da gestora está sendo comandado por Murillo Vianna, que havia deixado a empresa em 2017, após 11 anos no negócio, para tocar projetos pessoais. Entre eles, o empreendedorismo.
Em 2020, Murillo fundou a startup de vitaminas e suplementos personalizados SetYou, ao lado da sócia Juliana Duarte. Em 2022, a empresa chegou a captar R$ 3,5 milhões em uma rodada seed com DOMO Invest, IKJ Capital, The Next Company e Plataforma Capital, além de anjos da Universidade de Chicago, onde os dois empreendedores fizeram MBA. Em 2023, porém, Murillo decidiu deixar o dia a dia da startup para voltar a se dedicar à carreira de gestor.
De volta à Angra desde o início do ano, Murillo quer unir os dois mundos no trabalho com o venture capital. “Minha experiência como empreendedor me fez conhecer mais sobre esse ecossistema de venture capital que é muito diferente de private equity, além de entender melhor os desafios que o empreendedor passa. Eu tinha noção do desafio que existia do outro lado da mesa, mas só vivendo na pele para enxergar como realmente é”, afirma.
A busca por empresas mais maduras para o novo fundo tem a ver com o histórico da Angra, de investir em companhias já estabelecidas. A ideia é que sejam realizados investimentos em cerca de 8 a 12 empresas, com cheques de R$ 15 milhões a R$ 30 milhões.
Segundo Murillo, a procura é por startups que já tenham modelo provado, tração e estejam em fase de escalar. Além disso, que tenham faturamento a partir de R$ 15 milhões. O fundo também exige, além dos direitos padrão de venture capital, participação minoritária relevante e pelo menos uma cadeira em conselho. O primeiro investimento do fundo deve ser anunciado em breve, e já há mais duas outras empresas em negociação.
“Queremos estar no ciclo completo das empresas. Olhamos startups mais maduras pela nossa expertise com o private equity, por isso não nos aventuramos no early stage. Também temos uma abordagem muito fundamentalista, por isso nossos clientes gostam da gente”, brinca.
Com relação ao cenário para o venture capital no Brasil atualmente, Murillo acredita que o ecossistema está mais maduro, o que favorece os investidores.
“O Brasil mudou muito de 10 anos para cá. Hoje em dia, temos muitos centros de aceleração, incubadoras, redes de investidores-anjos, fundos em todos os estágios e, mais importante ainda, empreendedores de altíssima qualidade e novos modelos de negócio que se propõem a inovar. E esses empreendedores precisam de apoio do mercado, as ideias precisam de apoio do mercado. Então cria-se um cenário onde há, sim, muitos bons investimentos a serem feitos e muito valor a ser destravado”, diz.