A Enel São Paulo registrou lucro líquido de R$ 330,2 milhões no terceiro trimestre deste ano, alta de 58,6% ante igual etapa do ano passado, um avanço impulsionado tanto melhora do resultado operacional medido pelo Ebitda, quanto pelo maior resultado financeiro no período. No acumulado em nove meses, os ganhos somam R$ 819,7 milhões, queda de 27,2% na comparação anual.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) chegou a R$ 1,04 bilhão entre julho e setembro, com alta de 13,3% na comparação anual. A margem Ebitda avançou 0,1 ponto porcentual (p.p.), para 19,3%. Em nove meses, o Ebtida totalizou R$ 3,24 bilhões, queda de 3,7% frente ao mesmo período de 2023, com margem Ebitda de 21,7%, em baixa de 1,9%.
Em release de resultados divulgado ao mercado financeiro, a empresa diz que o aumento do Ebtida no trimestre decorre da maior margem auferida no período, devido principalmente ao aumento do ativo financeiro setorial líquido e da venda de energia no curto prazo, além do menor nível de custos e despesas operacionais (Opex), em razão especialmente do menor nível de Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD).
O ativo financeiro setorial líquido mais que dobrou e somava R$ 906 milhões ao fim de setembro, impulsionado pelo aumento dos custos de compra de energia e aumento da carga contratada, além da maior venda de energia no mercado de curto prazo a um preço de referência (PLD) superior ante o terceiro trimestre de 2023. Esse foi o principal fator a levar a uma expansão anual de 12,7% na receita da distribuidora de energia, que alcançou R$ 5,41 bilhões entre julho e setembro.
Em volume de vendas, a Enel SP registrou queda de 1,9% no mercado cativo (atendido diretamente pela distribuidora) entre julho e setembro, na comparação anual, para 7.003 gigawatts-hora (GWh). No entanto, a concessionária registrou um aumento de 12,7%, para 3.672 GWh, no volume faturado dos clientes livres (que compram energia de outros fornecedores e pagam à distribuidora apenas pelo transporte da eletricidade).
Os Custos e Despesas Operacionais somaram R$ 4,6 bilhões, alta de 12,6% frente igual etapa do ano passado, impulsionada pelo maior gasto com compra de energia para revenda. Considerando apenas os custos gerenciáveis, excluindo custos de construção, houve uma queda de R$ 11,3 milhões, impulsionado por uma redução de 64,3% na PCLD, por conta do aumento da arrecadação, que chegou ao índice de 99,63%.
O resultado financeiro ficou negativo em R$ 304 milhões, 28,8% menor em comparação ao mesmo período do ano passado, por causa da menor despesa líquida e menor atualização de processos judiciais.
No terceiro trimestre, a Enel SP registrou uma piora em seu índice de qualidade de serviço no que diz respeito à Duração Equivalente de Interrupção Por Unidade Consumidora (DEC), que alcançou 6,73 horas, 7,4% acima das 6,27 horas anotadas um ano antes, mas ainda abaixo do limite regulatório de 7,12 horas.
A empresa explicou que o crescimento reflete principalmente os eventos climáticos ocorridos em novembro e no início do ano, além das interrupções no fornecimento de energia ocorridos no início do ano na região central da cidade de São Paulo. Não foi contabilizada a ocorrência de 11 de outubro, quando 3 milhões de unidades consumidoras ficaram sem energia, em muitos casos por dias.
Já o indicador de Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC) teve ligeira melhora, passando de 3,34 vezes para 3,30 vezes no período comparado.