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Favoritismo

Donald Trump é eleito presidente e voltará à casa Branca em 2025

O resultado marca a primeira vez que um presidente americano obtém dois mandatos não consecutivos desde o final do século 19.

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07 de novembro de 2024
Vinicius Palermo
Donald Trump é eleito presidente e voltará à casa Branca em 2025
O republicano ainda se tornou o primeiro mandatário norte-americano alvo de dois processos de impeachment

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump derrotou nas urnas a vice-presidente do país, Kamala Harris, e voltará à Casa Branca em 2025, projetou a Associated Press na manhã desta quarta-feira, 6. A Fox News já havia projetado o triunfo do republicano mais cedo, mas a Associated Press optou por aguardar a contabilização de um novo lote de voto em Estados cruciais.

O resultado marca a primeira vez que um presidente americano obtém dois mandatos não consecutivos desde o final do século 19. Em 2020, Trump foi derrotado pelo atual presidente, Joe Biden, após uma gestão que terminou marcada pela pandemia de covid-19. O republicano ainda se tornou o primeiro mandatário norte-americano alvo de dois processos de impeachment – por abuso de poder e obstrução do Congresso em 2019 e pela tentativa de invasão do Capitólio em 2021.

Trump discursou como presidente eleito para apoiadores na Flórida na madrugada desta quarta-feira (6) e disse que seu novo governo será “a era de ouro da América”.

Quando Trump subiu ao palco em um resort de luxo em Palm Beach, a apuração dos votos ainda estava em andamento e ele estava quase eleito. Sua vitória foi decretada horas depois, por volta das 7h30.

Durante seu discurso, Trump afirmou que os cidadãos dos EUA deram a ele “um mandato poderoso e sem precedentes” e classificou a vitória como o “maior movimento político de todos os tempos”. Ele também prometeu fechar as fronteiras do país, prometeu cumprir promessas e cortar impostos. O republicano também pregou união entre todos os americanos.

Durante o discurso, Trump convidou apoiadores e colaboradores para se manifestarem. Entre eles estava o vice-presidente eleito, J.D. Vance, e o presidente do UFC, o empresário Dana White.

Longe de Washington D.C., Trump surfou na crescente impopularidade do sucessor para se cacifar como o favorito para voltar a representar o Partido Republicano nas eleições presidenciais. A economia dos Estados Unidos registrou forte crescimento econômico durante a gestão de Biden, mas a escalada da inflação pesou no bolso do eleitor e degradou a imagem pública do democrata.

O cenário ajudou a manter Trump na dianteira da corrida pela Casa Branca. O ex-presidente teve poucas dificuldades para superar outros republicanos que tentaram buscar a nomeação do partido, entre eles o governador da Flórida, Ron DeSantis, e a ex-embaixadora na Organização das Nações Unidas (ONU) Nikki Haley.
Na campanha, Trump logo consolidou o favoritismo contra Biden, principalmente após o debate em que o democrata teve um desempenho considerado ruim até por aliados, em junho. Semanas depois, o republicano foi alvo de uma tentativa de assassinato durante um comício na Pensilvânia. O ex-presidente foi baleado na orelha, mas se levantou e jogou o punho para o ar, em uma imagem que circulou nas redes sociais e foi amplamente celebrada pelos apoiadores. Em setembro, Trump ainda seria alvo de um segundo atentado.

Com a saída de Biden da disputa, Harris chegou a assumir a dianteira nas pesquisas de intenção de voto, sobretudo após o debate em que foi considerada vencedora, em setembro. Na reta final, contudo, as sondagens apontaram o acirramento da disputa

Aos 78 anos, Trump será a pessoa mais velha a assumir a presidência dos Estados Unidos. Nascido no Queen’s, em Nova York, o empresário fez carreira no mercado imobiliário, como herdeiro do desenvolvedor Fred Trump. É casado com Melania Trump, com quem teve um filho. Também tem outros quatro filhos adultos de dois casamentos anteriores.

Trump será o primeiro presidente dos Estados Unidos a ter sido condenado criminalmente, pois foi considerado culpado por um Tribunal de Nova York, em maio, de 34 acusações relacionadas a pagamentos feitos para uma ex-atriz pornô se silenciar sobre o caso que tiveram.

Donald Trump, não fumante e abstêmio, não é fã de cigarros, mas seu triunfo na eleição presidencial dos EUA é aparentemente positiva para ações de tabaco. Listada em Londres, a British American Tobacco subiu 4% nos negócios da manhã desta quarta-feira, 6.

Uma subsidiária ligada aos seus negócios nos EUA, a Reynolds American, foi uma grande doadora do comitê de ação superpolítica Make America Great Again Inc, ou MAGA.

A Reynolds tem lutado contra a proposta de proibição nacional do cigarro mentolado do governo Biden. A medida foi adiada no início deste ano; a vitória de Trump aumenta a probabilidade de que ela seja descartada permanentemente.

Os investidores em tabaco também podem esperar que Trump reprima as importações ilícitas de vapes descartáveis.

Esses produtos, que vêm principalmente da China, têm sido o segmento de crescimento mais rápido do mercado de nicotina dos EUA.
Uma proibição pode impulsionar as marcas de cigarros eletrônicos das empresas de tabaco.