A Força Interna da ONU no Líbano, Unifil, informou nesta sexta-feira que dois soldados de paz ficaram feridos em explosões no sul do país. Os atos foram contra as instalações principais na cidade de Naqoura, que foram afetadas pela segunda vez em 48 horas.
Um comunicado da operação de paz explica que as explosões ocorreram perto de uma torre de vigia. Os feridos são tropas indonésias que caíram do posto de observação na sequência de disparos de um tanque israelense.
O secretário-geral, António Guterres, condenou o episódio em declarações durante a visita que efetua ao Laos. Ele disse estar contra quaisquer novos incidentes de ataques a soldados da paz da Unifil, que violam o direito internacional humanitário.
O líder das Nações Unidas reforçou que soldados da paz devem ser protegidos por todas as partes do conflito. Ele falou da reação solidária de vários atores em favor dos feridos no incidente e para “dizer claramente a Israel que é intolerável e não pode ser repetido.”
Uma nota do Escritório de Direitos Humanos da ONU descreve a situação dos civis no Líbano, em Gaza, em Israel e na Síria como “pior a cada dia”. A densamente povoada capital libanesa, Beirute, tem sido alvo de um número crescente de ataques aéreos.
Além dos atos provocados pelas forças israelenses, a nota menciona centenas de mortes e mais de 1 milhão de desalojados.
Já o Hezbollah e outros grupos armados continuam disparando foguetes contra o território israelense que causaram as primeiras baixas civis no norte como parte da mais recente escalada de confrontos entre Israel e o Líbano no mês passado.
Os bombardeios da noite de quinta-feira são descritos como os “mais pesados” até agora na parte central de Beirute. As estimativas do Ministério da Saúde Pública do Líbano apontam para pelo menos 22 mortes e mais de 100 feridos.
O alto comissário dos Direitos humanos, Volker Turk, lembra a todas as partes a obrigação de aderir ao direito internacional humanitário ou às regras do combate com relação à proteção de civis, seus bens e infraestrutura.
Turk reafirmou que quaisquer supostas violações devem ser submetidas a uma investigação rápida e completa. Ele pediu ainda que os autores prestem contas em caso de violações descobertas.
Destacando o peso das baixas sobre os libaneses, o chefe de direitos humanos da ONU citou dados oficiais apontando para um total de 400 crianças e mulheres entre os mais de 2 mil óbitos ocorridos desde outubro de 2023.
O escritório relata ainda episódios recorrentes de infraestrutura civil essencial atingida, incluindo hospitais, clínicas, ambulâncias, escolas e casas danificadas. Mais de 100 profissionais perderam a vida, incluindo médicos e de profissionais de serviços de emergência.
Para a jornada em busca de refúgio na Síria partiram mais de 310 mil cidadãos sírios e quase 110 mil libaneses.
Desde terça-feira, o Hezbollah disse ter lançado pelo menos 360 mísseis do sul do Líbano para Israel. No primeiro dia, duas pessoas morreram na cidade fronteiriça de Kiryat Shmona após o ferimento de cinco em ataque de foguete contra Haifa.