Com a entrada da Caixa Econômica Federal, subiu para R$ 405,7 bilhões o total de recursos disponíveis para linhas de crédito do Plano Mais Produção, que integra a Nova Indústria Brasil (NIB), política industrial do governo Lula 3. Segundo o Planalto, a Caixa aportou R$ 63 bilhões para o programa, que já contava com crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Finep, Banco do Nordeste (BNB), Banco da Amazônia (Basa) e Embrapii.
A informação foi divulgada nesta quarta-feira, quando o Executivo fez um evento no Palácio do Planalto para promover as ações relativas à missão 3 da NIB, relativa à mobilidade verde e cidades sustentáveis. De acordo com o governo, são R$ 1,6 trilhão em projetos ligados a essa missão, que tem como objetivo “melhorar a qualidade de vida nas cidades, integrando mobilidade sustentável, moradia, infraestrutura e saneamento básico”. A maior parte desses recursos, 75%, provém da iniciativa privada.
Dos recursos públicos, R$ 113,7 bilhões vêm das linhas de crédito e subvenções do Plano Mais Produção, sendo R$ 48,6 bilhões já destinados a projetos afins, desde 2023, e outros R$ 65,1 bilhões disponíveis até 2026. Também entram na conta para a missão 3 outros R$ 492,4 bilhões da Caixa, do Banco do Nordeste (BNB) e do BNDES destinados a obras do PAC e do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).
De acordo com o Planalto, entre os anúncios da iniciativa privada, a WEG informou que dará início a um ciclo de investimentos para produzir baterias elétricas em larga escala no Brasil, com aporte inicial de R$ 1,8 bilhão. “Assim, a WEG soma-se a outras empresas que já operam no país com essa perspectiva, como a BorgWarner, que desenvolve baterias para ônibus elétricos em sua unidade de Piracicaba (SP)”, disse o governo.
Também há expectativa de que, durante a cerimônia, a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB) anuncie investimentos de R$ 833 bilhões no País. Já a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) aportará outros R$ 222,5 bilhões e a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção, R$ 1,6 bilhão, totalizando R$ 1,05 trilhão nas áreas de moradia, infraestrutura e saneamento até 2029. A maior parte dos recursos será destinada a obras de mobilidade urbana, saneamento, aeroportos, ferrovias, rodovias e portos, entre outros.
Na cerimônia, a Finep assinará oito contratos de subvenção e dois de crédito direto para desenvolvimento de novas tecnologias, no valor total de R$ 157 milhões. Destes, quase R$ 10 milhões irão para o projeto de um “barco voador”, veículo capaz de voar sobre a lâmina dos rios.
Dentre as metas definidas para a missão 3 da NIB está alcançar, até 2026, ao menos 3% dos veículos eletrificados brasileiros circulando com baterias nacionais. A meta é chegar a 33% até 2033. Outro objetivo é entregar, até 2026, dois milhões de moradias no MCMV, das quais 500 mil serão equipadas com painéis solares. E, até 2033, 6,9 milhões de casas, sendo 1,4 milhão com painéis fotovoltaicos.
O ministro das Cidades, Jader Filho, disse nesta quarta-feira, 30, que a pasta está dialogando com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para que o financiamento do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) no próximo ano tenha R$ 130 bilhões, número um pouco maior que o disponibilizado neste ano pelo conselho curador do FGTS. A verba destinada para habitação em 2024 chegou a R$ 127,6 bilhões. “Estamos dialogando com o ministro Marinho”, disse Jader Filho.
O ministro mencionou ainda que a pasta trabalha para superar a meta de contratação de dois milhões de moradias até 2026 dentro do MCMV. “Não trabalhamos com a meta só de 2 milhões de casas habitacionais, mas acima de 2 milhões”, disse.
No evento, o setor privado anunciou que haverá um volume de investimento até 2029 de R$ 1,05 trilhão nas áreas de moradia, infraestrutura e saneamento. A maior parte dos recursos será destinada a obras de mobilidade urbana, saneamento, aeroportos, ferrovias, rodovias e portos, entre outros, no valor de R$ 833 bilhões, além de R$ 222,5 bilhões para habitação e R$ 1,6 bilhão na produção de insumos.
Presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia afirmou que o número foi projetado considerando um adicional de R$ 220 bilhões em investimentos, além dos R$ 588 bilhões já previstos em cinco anos. Segundo ele, o incremento é gerado pelo avanço do MCMV e da melhoria do ambiente de negócios, resultado, por exemplo, do novo marco de garantias.
“O que é importante ressaltar é que os investimentos em infraestrutura têm crescido de maneira significativa e isso se deve a melhoria do ambiente de negócios, seja como a nova reforma tributária, seja em relação a como tratar a questão fiscal”, disse também o presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Venilton Tadini.