O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) criticou na segunda-feira, 30, em debate promovido pelo jornal Folha de S.Paulo em parceria com o portal UOL, a aliança entre o atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), com a família Bolsonaro após ser questionado sobre seu relatório no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados que arquivou a cassação do deputado federal André Janones (Avante-MG) pelas acusações de rachadinha.
Boulos relembrou das acusações de rachadinha contra Flávio Bolsonaro, dizendo que ele é o “rei da rachadinha”, enquanto Nunes é o “rei do camarote”. “Em relação à rachadinha, me impressiona muito ele trazer esse tema aqui. Ele, que é aliado de Flávio Bolsonaro, o rei da rachadinha. Ele é o rei do camarote, enquanto dois milhões de pessoas estavam sem luz, ele estava em um camarote da Fórmula 1. Na acusação da máfia das creches, ele foi acusado de receber cheques de rachadinha das creches em sua conta.”
O candidato do PSOL também disse que, caso condenado, Janones deve pagar. “Para deixar muito claro: pau que bate em Chico bate em Francisco. Se Janones for determinado culpado pela PF e pela Justiça, que pague, como Flávio Bolsonaro ou qualquer um”.
Ele relembra que o Avante, partido de Janones, apoia Nunes. “Aliás, o deputado do partido do Ricardo Nunes votou a favor do meu relatório. Aliás, o partido do Janones apoia o Nunes”.
Na sequência, o candidato Pablo Marçal (PRTB) usou o termo “Boules” para se referir a Boulos, e pediu desculpas. “Foi ato falho.”
Boulos criticou o arcabouço fiscal do atual governo em que seu partido votou contra na Câmara dos Deputados. “Tinha problemas que criariam risco de haver cortes em programas sociais. Eu acredito que é plenamente possível ter responsabilidade fiscal com responsabilidade social”, rebateu.
O psolista ainda disse que entende a estratégia de Tabata Amaral (PSB), candidata que o questionou sobre o tema, mas que não iria rebatê-la.
Boulos justificou que ambos estão no mesmo campo político e ele está mais preocupado em enfrentar dois bolsonaristas, que são Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes (MDB).
Não obstante, o deputado federal ainda criticou a fala do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) que exaltou as características liberais e a responsabilidade fiscal de sua gestão. “São Paulo está com o maior orçamento em caixa da sua história e qual o legado que o Nunes deixou tendo isso em mãos?”, questionou.
No mesmo debate, Guilherme Boulos respondeu sobre mudança de posições durante a corrida eleitoral e pediu foco nos problemas da cidade. Ele afirmou que não nega sua “história, compromissos e valores”. “Se tem uma coisa que ninguém pode dizer de mim é não ter coerência com meus princípios. Aliás, é por isso que sou tão atacado nas eleições, por isso que me chamam de radical. Não nego minha história, compromissos e valores.”
Além disso, ele retrucou, dizendo que deveria se discutir os problemas da capital. “Tenta-se fazer um debate ideológico numa eleição municipal, onde se deveria discutir os grandes temas da cidade. Alguém acha que quem sai cedo lá do Jardim São Paulo é o São Luís? A ocupação dele é a Venezuela ou é o ônibus lotado?.”
O candidato também cutucou Nunes por mudança no posicionamento em relação ao passaporte da vacina. “Estava ouvindo aqui o debate anterior sobre o tema da vacina, que nesse sim, Ricardo Nunes mudou de posição.”
Tabata Amaral se posicionou diante de um embate entre os líderes em pesquisas de intenções de voto Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL). “Nem Lula, nem Bolsonaro são candidatos dessa eleição”, afirmou.
A deputada federal também disse que a polarização dá lucros políticos para os adversários, reforçando que ela sabe dialogar com todos. “Não tem espaço na Prefeitura para menino mimado”, afirmou a candidata do PSB.
O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) criticou, em debate promovido pelo jornal Folha de S.Paulo em parceria com o portal UOL, a postura de Tabata Amaral (PSB) pela menção de que seria a “adulta da sala” do debate. “Ela quer provar para você que é mulher. Tabata, se mulher votasse em mulher, você iria ganhar no primeiro turno. Mulher não vota em mulher, mulher é inteligente”, disse Marçal.
A deputada federal havia feito menção às denúncias de supostos crimes e envolvimentos do ex-coach com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e Marçal rebateu. Guilherme Boulos (PSOL) lamentou a fala do influenciador e a classificou como preconceituosa.
“O esforço da Tabata é de parecer a mais sábia, só que a sabedoria dela é a mais baixa, porque a sabedoria envolve experiência. E o fato é que ela fica esbravejando como se fosse a tia do colégio entre nós”, continuou o Marçal. “No último debate eu pedi perdão para ela e na hora que alguém perguntou sobre isso ela não perdoou. Um cristão sempre perdoa. Inclusive tem que fazer no mesmo dia, 490 vezes, que é 70 vezes 7”, disse o ex-coach.