As bolsas da zona do euro fecharam na maioria em queda, enquanto o mercado em Londres apresentou um leve avanço nesta sessão. As perspectivas para a imposição de novas tarifas com a presidência de Donald Trump nos Estados Unidos pressionam as ações, com possível impacto para a já combalida atividade europeia. Além disso, a postura do Banco Central Europeu (BCE) é observada.
O índice pan-europeu Stoxx600 fechou em baixa de 0,20%, a 504,91 pontos. Para o ING, a postura de Trump a longo prazo poderá prejudicar as relações comerciais entre a UE e os EUA, desgastando ainda mais o difícil setor industrial da UE.
O segundo mandato de Trump atinge a economia europeia num momento muito menos conveniente do que o primeiro. “Em 2017, a economia europeia era relativamente forte. Desta vez, está registrando um crescimento anêmico com uma perda de competitividade. Uma nova guerra comercial iminente poderá empurrar a economia da zona euro de um crescimento lento para uma recessão. Como resultado, espera-se que o crescimento permaneça baixo em 2025 e 2026”, avalia o banco.
Na França, o humor entre os consumidores piorou este mês, à medida que a turbulência política e industrial abalou a confiança das famílias. O índice caiu de 93 em outubro para 90 em novembro. Na Alemanha, a confiança do consumidor piorou para o menor patamar desde maio.
A dirigente do BCE Isabel Schnabel disse que vê um espaço limitado para mais cortes nas taxas de juros, por parte do BC europeu. Segundo ela, o BCE não está longe das taxas neutras – que ela calcula que seja entre 2% e 3% – e acredita que a flexibilização pode ser movida gradualmente, desde que os dados continuem a confirmar a linha de base. Schnabel afirmou que está confiante de que a inflação atingirá a meta de 2% no próximo ano, ainda que a pressão em serviços permaneça elevada. Durante a tarde, o dirigente do BCE, Philip Lane, e do Banco da Inglaterra (BoE), Huw Pill, discursarão.
Em Frankfurt, o DAX recuou 0,18%, a 19.261,70 pontos. Em Paris, o CAC40 teve queda de 0,72%, a 7.143,03 pontos. Em Milão, o FTSE MIB recuou 0,23%, a 33.089,72 pontos. Em Madri, o Ibex35 caiu 0,24%, a 11.589,70 pontos. Já em Lisboa, o PSI20 subiu 0,04%, a 6.418,01 pontos. Em Londres, o FTSE 100 avançou 0,20%, a 8 274,75 pontos.
As bolsas da Ásia fecharam sem direção única nesta quarta-feira, 27, com Tóquio em nova queda sob pressão das ações do setor automotivo diante da apreensão sobre potencial imposição de tarifas no mercado norte-americano. A Bolsa de Hong Kong e os mercados da China subiram após desaceleração da queda do lucro industrial das empresas chinesas ser vista como um sinal de que estímulos governamentais recentes começaram a ter efeito na economia.
No continente, o Xangai Composto subiu 1,5%, aos 3.309,78 pontos O Shenzhen avançou 2,1%, 1.996,71 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng ganhou 2,3%, aos 19.603,13 pontos.
O lucro industrial na China caiu 10% em outubro ante igual mês do ano passado, apresentando sinais de melhora ante o tombo de 27,1% de setembro. “Graças à série de medidas de apoio implementadas recentemente, a produção nas empresas industriais cresceu de forma estável e os lucros melhoraram”, disse Yu Weining, estatístico do Escritório de Estatísticas Nacional (NBS), que divulga o dado.
Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 0,80%, a 38.134,97 pontos, pressionado pelas ações de montadoras. A Nissan Motor perdeu 4,7% e a Toyota Motor recuou 3,6%. Na véspera, a Fitch revisou a perspectiva para o rating BBB- da Nissan de estável para negativa, citando o desempenho mais fraco na América do Norte.
O Kospi, de Seul, retrocedeu 0,7%, a 2.503,06 pontos, pressionado por ações do setor automotivo e de semicondutores. A Hyundai Motor caiu 1,1% e a Kia perdeu 3,1%. A promessa de Trump de impor tarifas ao México, Canadá e China gera apreensões sobre expansão de medidas para as montadoras estrangeiras.
As fabricantes de chips Samsung Electronics e SK Hynix caíram 3,4% e 5,0%, respectivamente, acompanhando perdas de pares do setor nos EUA na virada da madrugada. Em Taiwan, o Taiex marcou baixa de 1,52%, a 22.334,78 pontos. Na Oceania, o S&P/ASX 200, de Sydney, teve alta de 0,57%, a 8 406,70 pontos.