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Bolsas da Europa fecham na maioria em alta, após corte de juros

A dimensão da redução era amplamente esperada, mas a presidente do BCE, Christine Lagarde, indicou que um corte de 50 (pb) chegou a ser cogitado pelos dirigentes.

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13 de dezembro de 2024
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham na maioria em alta, após corte de juros
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,17%, a 519,07 pontos.

As bolsas da Europa fecharam na maioria em alta nesta quinta-feira, 12, em sessão que repercutiu a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de cortar os juros pela quarta vez no ano, reduzindo as taxas em 25 pontos base (pb), colocando a referência de depósitos em 3%.

A dimensão da redução era amplamente esperada, mas a presidente do BCE, Christine Lagarde, ao participar da coletiva de imprensa após o anúncio, indicou que um corte de 50 (pb) chegou a ser cogitado pelos dirigentes.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,17%, a 519,07 pontos. O BCE retirou a sua promessa de manter as taxas diretoras “suficientemente restritivas durante o tempo que for necessário” para devolver a inflação ao objetivo.

Lagarde afirmou que o crescimento da zona do euro está perdendo força e que a recuperação está mais lenta do que o esperado.

O BCE revisou em baixa as projeções para o crescimento da zona do euro, com a alta média anual do PIB real de 2024 caindo de 0,8% no levantamento de setembro para 0,7% em 2024, de 1,3% para 1,1% em 2025 e de 1,5% para 1,4% em 2026. Já a projeção para inflação é de que o núcleo deve desacelerar de 2,9% em 2024 para 2,3% em 2025.

Segundo o ING, o BCE procura agora levar as taxas para níveis neutros. Lagarde sugeriu que os dirigentes viam o nível da taxa neutra entre 1,75% e 2,5%. Dado o risco de que as suas perspectivas de crescimento sejam demasiado otimistas, passar para a posição neutra poderá não ser suficiente, avalia o banco holandês. “Por mais que o BCE tente apontar corretamente o dedo aos governos para que utilizem reformas estruturais para melhorar as perspectivas de crescimento, com os problemas políticos na França e na Alemanha, é elevado o risco de o banco ainda ter de fazer o trabalho pesado, pelo menos durante os próximos meses”, projeta.

Ainda nesta quinta, o SNB, como é conhecido o banco central suíço, reduziu os juros para 0,50%, em ritmo mais forte que o esperado pelo mercado. Neste ambiente, o DAX avançou 0,15% em Frankfurt, a 20.428,91 pontos, renovando mais uma vez seu recorde de fechamento. Em Milão, o FTSE MIB teve alta de 0,36%, a 34.857,37 pontos. O PSI 20 ganhou 0,14%, a 6.361,04 pontos, em Lisboa. Fora da zona do euro, o FTSE 100, subiu 0,12%, a 8.311,76 pontos, em Londres.

Por outro lado, em Madri, a Inditex voltou a cair, seguindo resultados negativos da empresa, recuando 2,54% e pesando no Ibex35, que teve queda de 0,15%, a 11.771,80 pontos. Ainda na cidade, a Grifols, empresa global de saúde e fabricante de medicamentos, disparou 8,87% depois que anunciou a assinatura de um acordo para a colocação de dívida privada de 1,3 bilhão de euros. Em Paris, o CAC 40 caiu 0,03%, a 7.420,94 pontos.

As bolsas da Ásia fecharam em alta nesta quinta-feira, 12, em meio ao otimismo de que a China adotará novos estímulos para revigorar a segunda maior economia do planeta. As ações de tecnologia emergiram como destaque da sessão, após os ganhos em Wall Street levarem o índice Nasdaq ao nível recorde acima de 20 mil pontos ontem.

O mercado aguarda com ânimo renovado a conclusão da Conferência Central de Trabalho Econômico, que reúne as principais autoridades chinesas em discussões sobre o crescimento da atividade. No começo da semana, o Politburo indicou intenção de implementar política fiscal “mais proativa” e postura monetária “moderadamente relaxada”.

Neste ambiente, o índice Hang Seng, em Hong Kong, encerrou a sessão com valorização de 1,20%, a 20.397,05 pontos. Já o Xangai Composto avançou 0,85%, a 3.461,50 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto subiu 1,05%, a 2.112,90 pontos.

Investidores reagiram também ao índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA em linha com o esperado, o que consolidou aposta em corte de 25 pontos-base nos juros do Federal Reserve (Fed) na semana que vem. O quadro turbinou papéis de tecnologia em Nova York e ecoou também nas praças asiáticas.

Em Tóquio, as ações de Advantest e Tokyo Electron subiram 5,10% e 0,59%, respectivamente. Assim, o índice Nikkei se elevou 1,21%, a 39.849,14 pontos. Em Taiwan, o Taiex ganhou 0,63%, a 23 046,80 pontos, sob apoio de TSMC (+1,83%).

Na Coreia do Sul, o recrudescimento da crise política passou ao segundo plano, apesar de novo esforço por impeachment do presidente Yoon Suk Yeol. O índice Kospi, de Seul, avançou 1,62%, a 2.482,12 pontos, e continuou a recuperação do baque causado pela decisão de Yoon de decretar a lei marcial temporariamente na semana passada.

Na Oceania, por outro lado, o índice S&P/ASX 200 recuou 0,28%, a 8.330,30 pontos, em Sydney.