As bolsas europeias encerraram o dia mistas nesta sexta-feira, 31, seguindo a redução da taxa de juros promovida pelo Banco Central Europeu (BCE), com uma postura mais dovish da instituição, que sinaliza a continuidade da queda das taxas na zona do euro.
Mais cedo, o membro do BCE Olli Rehn afirmou que as taxas devem deixar em breve o atual patamar elevado na União Europeia (UE) e também defendeu o acordo entre o bloco e o Mercosul como uma estratégia para enfrentar as ameaças tarifárias de Donald Trump, que voltou a fazer sinalizações sobre o tema. Madis Muller, também dirigente do BCE, seguiu o raciocínio de Rehn e declarou que um novo corte de juros é plenamente justificável. Em Londres, o FTSE renovou recorde histórico, assim como o índice pan-europeu Stoxx 600, que fechou em alta de 0,13%, a 539,53 pontos.
De acordo com leitura preliminar divulgada nesta sexta pela agência oficial de estatísticas da Alemanha, a Destatis, a taxa anual da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) alemã desacelerou para 2,3% em janeiro, ante 2,6% em dezembro. O resultado deste mês surpreendeu analistas consultados pela FactSet, que previam manutenção da taxa em 2,6%.
Na quinta, após o anúncio do corte de 25 pontos-base na taxa de juros pelo BCE, a presidente da instituição, Christine Lagarde, foi questionada por um jornalista se o ciclo de redução das taxas poderia estar chegando ao fim, após cinco cortes consecutivos. Em resposta, ela destacou que a política monetária ainda se mantém “restritiva”.
O Commerzbank já apontou anteriormente que essa declaração é uma indicação clara de que o BCE vê espaço para mais reduções. Lagarde enfatizou que qualquer discussão sobre o possível término dos cortes nas taxas de juros seria “prematura”.
Em destaque, as ações da Novartis subiram 1,90% em Zurique após a farmacêutica divulgar lucro operacional maior do que o obtido no mesmo período do ano anterior, com resultados acima da expectativa de analistas. Em Londres, os papéis do Smiths Group avançaram 11,31% após anunciar planos de desmembrar ou vender partes de seus negócios.
Em Frankfurt, o DAX cedeu 0,07%, a 21.711,43 pontos. Já em Londres, o FTSE 100 avançou 0,38%, a 8.679,46 pontos. Em Paris, o CAC 40 operou estável, a 7.941,62 pontos. Em Milão, o FTSE MIB subiu 0,05%, a 36.449,06 pontos. Em Madri, o Ibex35 perdeu 0,38%, a 12.372,20 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 caiu 0,16%, a 6.524,29 pontos.
A Bolsa de Tóquio encerrou os negócios desta sexta-feira (31) em alta, estendendo ganhos para o terceiro pregão consecutivo, em meio a feriados que mantêm outros grandes mercados asiáticos fechados.
O índice japonês Nikkei subiu 0,15% em Tóquio, a 39.572,49 pontos, acompanhando ganhos de ontem em Wall Street e apoiado por ações de tecnologia, incluindo SoftBank (+1,2%) e Panasonic (+1,7), e do setor automotivo, caso da Nissan (+1,4%), da Toyota (+0,8%) e da Honda (+0,1%).
Já o sul-coreano Kospi caiu 0,77% em Seul, a 2.517,37 pontos, na volta de um feriado de quatro dias. Pesou no índice a ação da fabricante de chips de memória SK Hynix, que tombou 9,9%, em uma reação atrasada ao sucesso da startup de inteligência artificial chinesa DeepSeek, que no começo da semana derrubou ações de tecnologia globais.
Em outras partes da Ásia, as bolsas da China continental, de Hong Kong e de Taiwan não operaram devido ao feriado do ano-novo lunar. Na Oceania, a bolsa australiana ficou no azul pelo terceiro dia seguido, com avanço de 0,45% do S&P/ASX 200 em Sydney, a 8.532,30 pontos.