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Incertezas

Bolsas da Europa fecham em baixa, pressionadas por Trump

Além do tema, reforçado pela eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, os papéis foram pressionados pela publicação de balanços

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12 de novembro de 2024
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham em baixa, pressionadas por Trump
A temporada de balanços também pressiona os negócios.

As bolsas da Europa fecharam com fortes baixas nesta terça-feira, 12, após avançarem na sessão de segunda, em um contexto de cautela diante dos temores por riscos geopolíticos. Além do tema, reforçado pela eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, os papéis foram pressionados pela publicação de balanços com elementos vistos como negativos para os investidores. O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 2,02%, a 502,04 pontos.

Entre as preocupações, está a composição do futuro gabinete de Trump. Segundo o The Wall Street Journal, o republicano deverá indicar o senador da Flórida Marco Rubio para ser seu secretário de Estado. Rubio tem assumido posições duras em relação aos regimes de China, Irã, Cuba e Venezuela.

A partir de dezembro, o Banco Central Europeu (BCE) planeja intensificar seu foco nos riscos geopolíticos para os bancos, com uma ênfase maior em eventos políticos que possam afetar o sistema financeiro, como guerras e instabilidade política. Claudia Buch, responsável pela supervisão do BCE, indicou que a instituição fará mais solicitações de informações sobre a exposição dos bancos a esses riscos e realizará inspeções presenciais mais frequentes.

Mineradoras estiveram entre as maiores quedas, observando as tensões. Em Londres, a Anglo America tombou 4,58%, enquanto o FTSE 100 recuou 1,22%, a 8.025,77 pontos.

A temporada de balanços também pressiona os negócios. Em Frankfurt, a ação da Bayer tombou 15,01%, após a empresa química e farmacêutica decepcionar com resultados do terceiro trimestre e piorar suas projeções para o ano. Na cidade, o DAX caiu 2,06%, a 19047,56 pontos. Em Milão, o Mediobanca recuou 8,15%, na maior queda da sessão na bolsa, após seus resultados apontarem para receita abaixo da expectativa. Na cidade, o FTSE MIB teve queda de 2,15%, a 33.607,14 pontos. Em Paris, o CAC 40 recuou 2,69%, a 7.226,98 pontos. Em Madri, o Ibex35 teve queda de 1,84%, a 11 384,30 pontos. Em Lisboa, o PSI20 caiu 1,37%, a 6.332,83 pontos

A ação do Commerzbank caiu 2,64%, após a Reuters informar, com base em fontes, que o banco considera comprar uma instituição financeira média da Alemanha, como uma estratégia de defesa contra eventuais tentativas de aquisição pelo UniCredit, que caiu 1,69% em Milão.

As bolsas ampliaram perdas após a divulgação do índice ZEW de expectativas econômicas da Alemanha, que caiu para 7,4 pontos em novembro, contrariando expectativas de alta. Dados de inflação também estão no radar. Mais cedo, foi confirmado que a taxa anual da inflação ao consumidor (CPI) da Alemanha acelerou para 2% em outubro. Na quarta (13), os EUA divulgam o CPI de outubro.

As bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta terça-feira, 12, em meio a preocupações sobre a composição do futuro gabinete do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, e ainda pressionadas por estímulos chineses que ficaram aquém das expectativas.

Liderando as perdas na Ásia, o índice Hang Seng tombou 2,84% em Hong Kong, a 19.846,88 pontos, à medida que a decepção com os últimos planos de incentivo fiscal da China, anunciados no fim da semana passada, seguiu pesando nos negócios.

Na China continental, os mercados também ficaram no vermelho, revertendo ganhos da segunda-feira, diante de quedas em ações de seguros e semicondutores. O Xangai Composto caiu 1,39%, a 3 421,97 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 0,81%, a 2.116,33 pontos.

Em outras partes da região asiática, o japonês Nikkei cedeu 0,40% em Tóquio, a 39.376,09 pontos, o sul-coreano Kospi teve baixa de 1,94% em Seul, a 2.482,57 pontos, em seu terceiro pregão negativo, e o Taiex caiu 2,33% em Taiwan, a 22.981,77 pontos.

A aversão a risco na Ásia também foi motivada por temores relacionados ao segundo governo Trump. De acordo com o The Wall Street Journal, o republicano deverá indicar o senador da Flórida Marco Rubio para ser seu secretário de Estado.

Rubio tem assumido posições duras em relação aos regimes de China, Irã, Cuba e Venezuela. Na Oceania, a bolsa australiana teve seu segundo dia consecutivo de perdas, com baixa de 0,13% do S&P/ASX 200 em Sydney, a 8 255,60 pontos.