As bolsas da Europa fecharam na maioria em baixa nesta quarta-feira, 13, novamente pressionadas pelas perspectivas protecionistas de um novo governo de Donald Trump nos Estados Unidos, além da crise política que gera incerteza na maior economia da região, a Alemanha. Notícias corporativas foram observadas, assim como os dados de inflação americanos, ainda que não tenham alterado o quadro de cautela. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,18%, a 501,33 pontos.
Dirigente do Banco Central Europeu (BCE), François Villeroy de Galhau disse que espera ver mais cortes nas taxas de juros da zona do euro. Na ocasião, ele também disse que a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos aumenta a necessidade da zona do euro se “voltar a se mobilizar”, levando em consideração possíveis tarifas protecionistas do republicano contra a Europa. O também dirigente do BCE e presidente do BC da Alemanha, Joachim Nagel, alertou sobre os impactos negativos dos planos de tarifas de Trump para a economia alemã. Ele estimou que, caso as tarifas sejam implementadas, a Alemanha poderia perder até 1% do seu PIB.
No país, segue ainda a crise política, que pressionou o DAX em Frankfurt a cair 0,30%, a 18.977,09 pontos. O chanceler alemão Olaf Scholz confirmou que pedirá um voto de confiança em 16 de dezembro, abrindo caminho para eleições parlamentares antecipadas em fevereiro. Ele declarou seus planos durante um discurso no Parlamento, após a coalizão governista de três partidos entrar em colapso. O movimento deve reforçar os obstáculos para o crescimento econômico do país e a sustentabilidade fiscal, de acordo com a Fitch.
Em Frankfurt, a ação da Siemens Energy saltou 18,38%, após a empresa alemã de tecnologia de energia elevar projeção para sua margem de lucro, enquanto a da RWE, maior distribuidora de energia elétrica da Alemanha, teve robusta alta de 6,71%, depois de anunciar uma recompra de ações de até 1,5 bilhão de euros. Já em Amsterdã, a holandesa Just Eat Takeaway disparou 16,04%, após a maior empresa europeia de delivery de refeições fechar um acordo para a venda de sua unidade americana Grubhub para a startup Wonder, por um valor líquido de US$ 50 milhões.
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unido não trouxe surpresa ao apresentar em outubro alta mensal de 0,2% e anual de 2,6%, em linha com as expectativas dos analistas.
Em Londres, o FTSE 100 subiu 0,06%, a 8.030,33 pontos. Em Paris, o CAC 40 caiu 0,14%, a 7.216,83 pontos. Em Milão, o FTSE MIB avançou 0,30%, a 33.707,52 pontos. Em Madri, o Ibex35 teve baixa de 0,14%, a 11.367,20 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 recuou 0,60%, a 6.294,70 pontos.
As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam majoritariamente em baixa nesta quarta-feira, seguindo Wall Street, à medida que o rali deflagrado pela eleição de Donald Trump nos EUA chegou ao fim da terça-feira.
Liderando perdas na região asiática, o índice Kospi caiu 2,64% em Seul, a 2.417,08 pontos, em seu quarto pregão negativo, enquanto o japonês Nikkei recuou 1,66% em Tóquio, a 38.721,66 pontos, o Hang Seng teve baixa marginal de 0,12% em Hong Kong, a 19.823,45 pontos, e o Taiex cedeu 0,53% em Taiwan, a 22.860,23 pontos.
Na terça, as bolsas de Nova York encerraram os negócios com perdas generalizadas, interrompendo um rali que se mantinha desde a vitória do republicano Donald Trump na eleição presidencial dos EUA, há uma semana.
Na China continental, porém, os mercados tiveram ganhos modestos, em meio ao bom desempenho de ações de telecomunicações e de mídia. O Xangai Composto subiu 0,51%, a 3.439,28 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,16%, a 2.119,77 pontos.
Na Oceania, a bolsa australiana seguiu Wall Street e o tom predominante na Ásia, com queda de 0,75% do S&P/ASX 200, a 8 193,40 pontos, marcando o terceiro dia seguido de perdas em Sydney.