As bolsas da Europa fecharam a sessão de segunda-feira, 30, em queda, após dados de inflação da Alemanha, França e Espanha virem abaixo do esperado e à medida que os investidores esperam um direcionamento sobre o corte na taxa de juros por parte do Banco Central Europeu (BCE).
Em Londres, o FTSE 100 caiu 1,01%, aos 8.236,95 pontos. O CAC 40, de Paris, cedeu 2,0%, encerrando em 7.635,75 pontos. O DAX, referência em Frankfurt, teve retração de 0,68%, a 19.342,05 pontos. As cotações são preliminares.
Na segunda-feira, Alemanha, França e Espanha divulgaram suas respectivas taxas de inflação ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) e os dados ficaram abaixo das expectativas e também abaixo da meta de inflação de 2% do BCE.
Segundo uma análise feita pelo Rabobank, por conta do cenário, 80% do mercado passou a apostar em um possível corte de taxa do BCE em outubro, ante 60% antes da publicação dos relatórios. Um documento do Swissquote Bank sugere ainda que a inflação mais fraca, combinada com a “perspectiva econômica sombria da Europa”, tem espaço para impulsionar as apostas de corte de taxa do BCE.
Em discurso na Comissão de Assuntos Econômicos e Monetários do Parlamento Europeu, a presidente do BCE, Christine Lagarde, sinalizou que os dirigentes não vão esperar o retorno da inflação à meta de 2% para realizar cortes e que dados sugerem que a recuperação econômica na Europa enfrenta obstáculos.
Entre as ações, a Aston Martin e a Stellantis registraram as maiores quedas, após rebaixarem as expectativas para o ano inteiro. Os papéis despencaram 22,4% e 14,9%, respectivamente. As ações do grupo francês LVMH, considerado sensível à China, também cedeu 1,8%.
Em outras bolsas, o Ibex 35, de Madri, teve queda de 0,67%, para os 11.888,50 pontos. O FTSE MIB, de Milão, fechou em queda de 1,73%, a 34.125,26 pontos. Já o PSI 20, de Lisboa, recuou 0,23%, aos 6.792,87 pontos. As cotações são preliminares.
As bolsas da Ásia fecharam sem direção única na segunda-feira, 30, com as chinesas dando continuidade ao rali da semana passada em meio a mais medidas de estímulos de Pequim e antes de um longo feriado e a de Tóquio reagindo em forte queda à escolha de Shigeru Ishiba como futuro primeiro-ministro do Japão.
Na China continental, o índice Shanghai Composto avançou 8,06%, seu maior ganho diário em 16 anos, a 3.336,50 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto saltou 10,93%, a 1.927,48 pontos, após o banco central chinês (PBoC) anunciar novos incentivos para o combalido setor imobiliário, ampliando um agressivo pacote de estímulos que começou a ser revelado há uma semana e também inclui cortes de juros e de compulsórios bancários. O rali chinês, que se estendeu por nove pregões, veio antes de um feriado que manterá os mercados locais fechados por uma semana.
Dados de atividade manufatureira da China também estiveram no radar. O PMI industrial oficial do país subiu para 49,8 em setembro, superando as expectativas, mas a medida equivalente da S&P Global/Caixin decepcionou ao recuar para 49,3 no mesmo mês. De qualquer forma, as leituras abaixo de 50 sugerem contração da manufatura.
Já o índice Nikkei tombou 4,8% em Tóquio nesta segunda-feira, a 37.919,55 pontos, diante de preocupações de que Shigeru Ishiba, que deve assumir como primeiro-ministro do Japão nesta semana, adote políticas desfavoráveis ao mercado financeiro, como possíveis aumentos de impostos.
Em outras partes da Ásia, o Hang Seng subiu 2,43% em Hong Kong, a 21.133,68 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi caiu 2,13% em Seul, a 2.593,27 pontos, e o Taiex cedeu 2,62% em Taiwan, a 22 224,54 pontos.
Na Oceania, a bolsa australiana atingiu máxima histórica pelo segundo pregão seguido, com forte desempenho do setor minerador na esteira dos estímulos chineses. O S&P/ASX 200 avançou 0,70% em Sydney, ao patamar inédito de 8.269,80 pontos.