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Bolsas da Europa fecham em alta, com perspectivas para cortes do BCE

A escalada das agressões entre Rússia e Ucrânia chegou a pesar nos ativos, mas os índices subiram ao longo da sessão

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22 de novembro de 2024
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham em alta, com perspectivas para cortes do BCE
Em Frankfurt, o DAX avançou 0,75%, a 1.9147,47 pontos. Em Paris, o CAC 40 subiu 0,21%, a 7.213,32 pontos.

As bolsas da Europa fecharam em alta, se recuperando após duas sessões de queda. A escalada das agressões entre Rússia e Ucrânia chegou a pesar nos ativos, mas os índices subiram ao longo da sessão com as perspectivas para cortes de juros pelo Banco Central Europeu (BCE), que foram reforçadas por declarações de dirigentes e indicadores. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,41%, a 502,54 pontos.

A Força Aérea ucraniana acusou os russos de lançarem um míssil balístico intercontinental contra a cidade de Dnipro. Essa é a primeira vez que o Kremlin emprega um armamento tão poderoso desde o começo do conflito atual, há quase três anos. A ofensiva acontece em um momento de escalada nas hostilidades, depois que os Estados Unidos deram aval para que Kiev use armas de longa alcance contra os russos. Ontem, a Ucrânia utilizou mísseis de cruzeiros britânicos contra alvos militares dentro da Rússia também pela primeira vez.

Já o índice de confiança do consumidor na zona do euro caiu para -13,7 em novembro, ante -12,5 pontos em outubro. O resultado deste mês veio abaixo da expectativa de analistas consultados pela FactSet, -12,4. O movimento dá forças à visão de que o Banco Central Europeu (BCE) deverá voltar a cortar juros para apoiar a economia. Hoje, o dirigente Yannis Stournaras afirmou que um corte de 25 pontos-base em dezembro parece ser a “resposta certa” para o progresso recente da inflação. Outro integrante do conselho do BCE, Christodoulos Patsalides projetou que pode existir espaço para continuar baixando os juros europeus em “ritmo e magnitude estáveis”, a depender dos dados e das novas projeções econômicas em dezembro.

Em Frankfurt, o DAX avançou 0,75%, a 1.9147,47 pontos. Em Paris, o CAC 40 subiu 0,21%, a 7.213,32 pontos. Em Milão, o FTSE MIB teve alta de 0,20%, a 33.294,96 pontos. Em Madri, o Ibex35 ganhou 0,19%, a 11.611,70 pontos. Em Lisboa, o PSI avançou 0,12%, a 6.360,47 pontos. Fora da zona do euro, o FTSE 100 subiu 0,79%, a 8.149,27 pontos, em Londres.

Na visão da Capital Economics, as empresas na Alemanha poderão ser particularmente vulneráveis a uma guerra comercial, devido aos fortes laços comerciais do país com a China e o grande excedente comercial com os EUA. Já as ações francesas estão fortemente inclinadas para o setor do luxo, que foi duramente atingido pelas preocupações com o crescimento na China, aponta. Com a França e a Alemanha representando cerca de 60% do índice MSCI da zona do euro, a consultoria espera um fraco desempenho da região em geral. “Mas ainda vemos alguns pontos positivos, como as ações do setor financeiro na Itália e na Espanha”, sugere.

Entre ações individuais, ASML subiu 2,43% em Amsterdã, no dia seguinte à divulgação do balanço da Nvidia. A fabricante de chips americana superou as estimativas com lucro e receita, mas registrou uma desaceleração das vendas e uma ligeira compressão na margem de ganhos.

As bolsas da Ásia fecharam majoritariamente em baixa nesta quinta-feira, 21, após a reação negativa ao balanço da Nvidia deflagrar um efeito dominó em ações do setor. Tensões geopolíticas também estiveram em foco, diante da escalada nas hostilidades na guerra da Ucrânia.
Na linha de frente dos avanços da inteligência artificial, a Nvidia superou as estimativas com lucro e receita, mas foi incapaz de animar investidores.

A fabricante de chips registrou uma desaceleração das vendas e uma ligeira compressão na margem de ganhos. Assim, o papel da empresa caiu 2,50% no after hours da Nasdaq na quarta-feira, 20.
Em resposta, a rival TSMC recuou 1,46% em Taiwan, onde o índice Taiex encerrou em queda de 0,58%, a 22.555,66 pontos. Em Seul, o índice Kospi cedeu 0,07%, a 2.480,63 pontos, sob o peso da SK Hynix (-1,06%).

Em Tóquio, o Nikkei baixou 0,85%, a 38.026,17 pontos. Há preocupação com a piora do clima na Ucrânia, que disse ter sido alvo de um míssil balístico intercontinental disparado pela Rússia. Os EUA deram aval para que Kiev use minas terrestres americanas contra os russos, dias depois de ter permitido o uso de armas de longo alcance.

Em Hong Kong, o Hang Seng teve desvalorização de 0,53%, a 19 601,11 pontos. Na China continental, por outro lado, o Xangai Composto registrou leve variação positiva de 0,07%, a 3.370,40 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto também subiu 0,07%, a 2.039,01 pontos.  Na Oceania, o S&P/ASX 200, de Sydney, baixou 0,04%, a 8.323,0 pontos.