As bolsas da Europa fecharam na maioria em alta na sexta-feira, 29, em uma sessão que teve com destaque dados de inflação na zona do euro. Além disso, comentários de dirigentes dos bancos centrais da região foram acompanhados, assim como o prosseguimento da crise política na França, que ameaça a liderança parlamentar do país. O dia conta com liquidez reduzida devido à sessão mais curta nos Estados Unidos, em virtude do feriado de Ação de Graças, na véspera. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,58%, a 510,22 pontos.
Entre os dados, a inflação na zona do euro voltou a acelerar em novembro, superando a meta do Banco Central Europeu (BCE), enquanto as expectativas dos consumidores da zona do euro para a inflação nos próximos 12 meses subiram de 2,4% em setembro para 2,5% em outubro. O dia contou ainda com um recuo acima do esperado das vendas do varejo na Alemanha, que realçou a falta de dinamismo na principal economia da região.
O dirigente do BCE François Villeroy de Galhau afirmou que o BCE deve continuar a reduzir as taxas de juros, pois a inflação na zona do euro deve atingir 2% no primeiro semestre de 2025. Após a aceleração da inflação, Villeroy se mostrou confiante de que a meta será alcançada em 2025, provavelmente no primeiro semestre.
Na França, obstruções continuaram ao orçamento do próximo ano, que tem de ser aprovado até dia 21 de dezembro. O mercado de ações francês está no caminho para o seu pior desempenho face aos seus pares europeus desde 2010, com o CAC 40 atrás do Stoxx 600 em mais de 11% no acumulado do ano.
“A hesitação dos investidores resulta do atual impasse político na França e da deterioração das perspectivas de crédito”, aponta o Julius Baer.
Por sua vez, o banco acredita que, neste cenário, muitas ações francesas possam estar subestimadas, e com boas oportunidades para compras, principalmente no setor energético. Nesta sexta, em Paris, o CAC 40 avançou 0,78%, a 7.235,11 pontos.
Em Frankfurt, o DAX teve alta de 1,04%, a 19.628,34 pontos. Em Londres, o FTSE 100 subiu 0,07%, a 8.287,30 pontos. Em Milão, o FTSE MIB subiu 0,46%, a 33.414,56 pontos. Em Madri, o Ibex35 subiu 0,29%, a 11.644,90 pontos. A exceção das altas no continente foi Lisboa, onde PSI 20 recuou 0,20%, a 6.418,34 pontos. Em Portugal, as atenções se voltaram para a aprovação do orçamento de estado de 2025.
As bolsas da Ásia fecharam sem rumo único nesta sexta-feira, 29. A Bolsa de Seul teve forte queda após dados abaixo do esperado de produção industrial ampliarem o pessimismo depois de o Banco Central do país reduzir as taxas de juros inesperadamente e rebaixar previsões sobre a economia. Tóquio computou baixa diante das incertezas sobre potenciais medidas protecionistas nos Estados Unidos, enquanto expectativas de estímulos deram suporte a mercados na China.
Na Coreia do Sul, o Kospi fechou em queda de 1,95%, aos 2.455,91 pontos, com as empresas ligadas a baterias fortemente pressionadas.
A Samsung SDI, fabricante de baterias para veículos elétricos, caiu 6,4%. A Posco Future, fornecedora de materiais para baterias, perdeu 5,9%. A fabricante de veículos blindados Hyundai Rotem recuou 3,8% e a transportadora naval HMM caiu 3,5%
A produção industrial da Coreia do Sul permaneceu estável em outubro, ante setembro, abaixo das expectativas de crescimento, enquanto as vendas do varejo caíram 0,4%, melhorando ante o recuo revisado de 0,5% de setembro
O Citigroup revisou em baixa os prognósticos para a economia sul-coreana diante de potenciais impacto da administração de Donald Trump nos EUA para o comércio. O banco prevê que o Produto Interno Bruto cresça 1,6% em 2025 e 2026, ante estimativas anteriores de 1,8% e 1,7%, respectivamente.
Na China, o Xangai Composto subiu 0,9%, aos 3.326,46 pontos. O Shenzhen avançou 1,7%, aos 2.016,94 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng terminou em alta de 0,3%, aos 19.423,61 pontos. Os investidores estão atentos ao potencial anúncio de estímulos na conferência do governo central da China em dezembro.
Em Tóquio, o índice Nikkei cedeu 0,4%, a 38.208,03 pontos, com as ações de empresas do setor automotivo voltando a ser pressionadas. A Nissan Motor caiu 4%. Em Taiwan, o Taiex marcou queda de 0,16%, a 22.262,50 pontos.
Na Oceania, o S&P/ASX 200, de Sydney, teve baixa de 0,1%, a 8 436,20 pontos, interrompendo duas sessões seguidas em alta. As ações da Pro Medicus resistiram e subiram 1,49% em continuidade aos ganhos após a companhia anunciar que sua subsidiária Visage Imaging assinou um contrato com a Trinity Health nos EUA.
O acordo fará com que o provedor de saúde use a plataforma de imagens baseada em nuvem da Visage em todos os seus locais.