Mundo
Corte de juros

Bolsas da Europa fecham em alta com desaceleração da inflação

Os papéis de tecnologia na região subiram deixando de lado a influência da queda das ações da companhia americana Nvidia.

Compartilhe:
30 de agosto de 2024
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham em alta com desaceleração da inflação
O índice DAX, de Frankfurt, terminou com variação positiva de 0,64%, a 18.902,70 pontos, patamar inédito de fechamento e após ter alcançado inédita pontuação de 18.936,04 pontos na máxima do dia.

As bolsas da Europa fecharam em alta na quinta-feira, 29, com Frankfurt em novo recorde histórico de fechamento, após dados indicarem arrefecimento da inflação na região e consolidarem aposta por mais cortes de juros do Banco Central Europeu (BCE). Os papéis de tecnologia na região subiram deixando de lado a influência da queda das ações da companhia americana Nvidia.

O índice DAX, de Frankfurt, terminou com variação positiva de 0,64%, a 18.902,70 pontos, patamar inédito de fechamento e após ter alcançado inédita pontuação de 18.936,04 pontos na máxima do dia. O índice FTSE 100, de Londres, subiu 0,43%, a 8.379,64 pontos. O CAC 40 avançou 0,84%, encerrando em 7640,95 pontos. As cotações são preliminares.

Na Alemanha, a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) desacelerou e ficou abaixo do esperado. Na Espanha, o índice de preços ao consumidor (CPI) desacelerou à taxa anual de 2,4% em agosto. Já o sentimento econômico da zona do euro teve inesperado avanço em agosto. O índice Ibex 35, de Madri, terminou em alta de 0,23%, 11.358,60 pontos.

O impulso vindo dos dados não foi ofuscado por comentários do dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Robert Holzmann, que indicou preocupação com a possibilidade de que a estabilidade de preços na zona do euro tenha ficado mais distante no horizonte, segundo a Econostream.

As ações da ASML subiram 2,90% em Copenhague mesmo após a notícia de que governo holandês planeja limitar a capacidade da ASML Holding NV de consertar e manter seus equipamentos semicondutores na China. Possíveis restrições devem ter impacto limitado, escreveu Andrew M. Gardiner, do Citi, em nota aos clientes. A fabricante alemã de chips Infineon subiu 0,89%.

Em Paris, as fabricantes de bebidas alcoólicas Remy Cointreau e Pernod Ricard avançavam 2,01% e 1,98%, respectivamente, ainda que tenham desacelerado das máximas, após a China informar que decidiu não impor tarifas adicionais à importação de conhaque europeu.

Nas demais praças da Europa, o FTSE MIB, de Milão, terminou com ganho de 0,92%, aos 34.192,06 pontos. O PSI 20, de Lisboa, caiu 0,07%, aos 6.713,77 pontos. As cotações são preliminares.

As bolsas da Ásia fecharam majoritariamente em queda na quinta-feira, 29, após o balanço da Nvidia frustrar as expectativas mais otimistas de investidores e induzir liquidação de ações do setor de tecnologia na região, também de olho em resultados locais.

Os números da gigante americana dos semicondutores superaram o consenso de analistas em Wall Street, mas a surpresa ficou aquém dos significativos desvios positivos exibidos nos trimestres anteriores.
“Os resultados brilhantes foram obscurecidos pelo atraso do chip Blackwell de próxima geração e pelas preocupações crescentes de que a concorrência chegará em breve para desafiar a monstruosa participação de mercado da Nvidia”, explica a analista Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote Bank.
Na esteira da recepção negativa à fabricante de chips americana, a rival Taiwan Semiconductor Manufacturing (TSMC) caiu 2,18% em Taiwan. O desempenho contribuiu para que o índice Taiex, referência em Taipei, encerrasse em baixa de 0,75%, a 22.201,85 pontos.

O setor também pressionou os negócios na Coreia do Sul, onde o índice Kospi perdeu 1,02%, a 2.662,28 pontos. Por lá, Samsung Electronics cedeu 3,14% e Hanmi Semiconductor despencou 9,45%. SK Hynix, uma das principais fornecedoras da Nvidia, recuou 5,35%.

Um pouco melhor, o índice Nikkei, em Tóquio, terminou o dia com uma desvalorização marginal de 0,02%, a 38.362,53 pontos. O enfraquecimento do iene ante o dólar ajuda a contrapor os efeitos da cautela geral.

Na China, os mercados tiveram sinais divergentes. O Xangai Composto caiu 0,50%, a 2.823,11 pontos, mas o menos abrangente Shenzhen Composto subiu 1,13%, a 1.510,42 pontos.

Em Hong Kong, o Hang Seng avançou 0,53%, a 17.786,32 pontos. O papel da Meituan saltou 12,55%, após a plataforma de compras e entregas chinesa ampliar lucro no segundo trimestre. A montadora de elétricos BYD subiu 0,71%, mas a Li Auto desabou 9,75%, ambos na esteira de balanços.

Na Oceania, o índice S&P/ASX 200, de Sydney, caiu 0,33%, a 8 045,10 pontos, sob o peso do segmento de commodities.