As principais bolsas da Europa encerraram a semana com ganhos, em linha com pares de Nova York, enquanto investidores voltam a precificar a possibilidade de o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) iniciar seu ciclo de afrouxamento monetário com corte 0,5 ponto porcentual, além de monitorar falas de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE).
Em Londres, o FTSE 100 subiu 0,39%, aos 8.273,09 pontos. O CAC 40, de Paris, subiu 0,41%, encerrando em 7.465,25 pontos. O DAX, referência em Frankfurt, teve ganhos de 0,98%, a 18.699,40 pontos. As cotações são preliminares.
Os principais referenciais acionários europeus estenderam ganhos na sexta-feira, após rumores de que os dirigentes do Fed ainda não decidiram a dimensão do primeiro corte na taxa básica. Paralelamente, a presidente do BCE, Christine Lagarde, sugeriu que a instituição manterá ritmo de cortes graduais no futuro, mas afirmou que a instituição permanecerá independente e não cederá a pressões políticas.
Outros dirigentes ecoaram as falas da líder do BC europeu, incluindo alguns da ala mais hawkish. Robert Holzmann, afirmou que os custos de empréstimos na zona do euro podem cair ainda mais, para cerca de 2,5%, até meados de 2025. Joachim Nagel disse que o corte foi a “decisão certa” e que a Europa precisa se unir para superar a fraqueza de investimentos, cuja situação econômica foi avaliada como “medíocre” por Madis Müller. Gaston Reinesch vê a inflação na meta de 2% até o final do próximo ano.
Martins Kazaks afirmou que a possibilidade de um corte de juros em outubro “não é grande” e François Villeroy de Galhau a necessidade de uma flexibilização gradual. Assim, com a expectativa de juros mais baixos renovada, investidores voltaram às compras. Na Alemanha, a Basf subiu 2,11% após analistas do Jefferies afirmarem que a empresa está se beneficiando de uma ligeira melhora nos spreads globais de produtos químicos. E o Commerzbank avançou mais 4,17% na esteira de uma possível combinação de negócios com o italiano UniCredit.
Os ganhos no Reino Unido, por outro lado, foram limitados pela queda de 1,01% da AstraZeneca, após o Deutsche Bank rebaixar recomendação e preço-alvo para o papel. Isso porque um medicamento contra o câncer desenvolvido pela companhia não foi aprovado em métrica importante de teste realizado esta semana.
Já o Ibex 35, de Madri, subiu 1,20%, para os 11.540,20 pontos. O FTSE MIB, de Milão, fechou em alta de 0,34%, a 33.568,47 pontos. O PSI 20, de Lisboa, subiu 0,68%, aos 6.838,52 pontos. As cotações são preliminares.
As bolsas da Ásia fecharam sem direção única, com as atenções dos mercados globais já voltadas para a decisão do Federal Reserve (Fed) na semana que vem, após uma bateria de indicadores de inflação nos Estados Unidos apontar cenário ainda incerto.
Durante a madrugada, as chances de o banco central americano abrir o ciclo de relaxamento monetário com um corte de 50 pontos-base cresceram, em meio a uma série especulações. Uma reportagem do The Wall Street Journal mostrou que o debate sobre a dimensão do primeiro ajuste ainda está “aberto” no Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglêS).
Neste ambiente, o índice Kospi encerrou a sessão em alta de 0,13% em Seul, a 2.575,41 pontos. Em Taiwan, o Taiex avançou 0,49%, a 21.759,65 pontos. A ação da Taiwan Semiconductor Manufacturing (TSMC) subiu 0,74%, diante de uma recuperação do setor de chips semicondutores globalmente.
Por outro lado, Tóquio sentiu a pressão da escalada do iene ao maior nível desde dezembro na comparação com o dólar, com o índice Nikkei em baixa de 0,68%, a 36.581,76 pontos. Toyota (-2,31%) e Mazda Motor (-2,47%) figuraram entre os destaques negativos.
Na China, o índice Xangai Composto cedeu 0,48%, a 2.704,09 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto declinou 1,08%, a 1.476,26 pontos. O CSI 300, que reúne blue chips, recuou 0,42%, a 3.159,25 pontos, na menor pontuação de fechamento desde janeiro de 2019.
Na contramão, o Hang Seng subiu 0,75%, a 17.369,09 pontos, em Hong Kong. Para analistas do HSBC, os negócios acionários chineses podem subir até 12% nos próximos 12 meses, beneficiados pela campanha de afrouxamento monetário nos EUA. O processo deve reduzir a pressão cambial e ampliar a liquidez, de acordo com a análise. O banco, no entanto, alerta que a retomada depende de uma melhora dos fundamentos chineses.
Na Oceania, o S&P/ASX 200, de Sydney, avançou 0,30%, a 8.099,90, próximo de recorde histórico. Os papéis das mineradoras de ouro West African Rsources e Perseus Mining disparam mais de 10%, na esteira da valorização do metal precioso.