Mundo
Impostos

Bessent pretende reduzir dívida dos EUA

Scott Bessent passou os últimos 40 anos estudando história econômica. Agora é a escolha de Donald Trump para liderar o Departamento do Tesouro

Compartilhe:
25 de novembro de 2024
Vinicius Palermo
Bessent pretende reduzir dívida dos EUA
Bessent foi motivado a se envolver com a campanha de Trump em parte por causa de uma visão de que o tempo está se esgotando para a economia dos EUA crescer e sair dos déficits orçamentários excessivos.

Scott Bessent passou os últimos 40 anos estudando história econômica. Agora, como a escolha de Donald Trump para liderar o Departamento do Tesouro, ele tem a chance de deixar sua marca nele.
Como gestor de fundos de hedge, primeiro na empresa de George Soros e depois na sua própria, Bessent se especializou em investimentos macro, ou análise de situações geopolíticas e dados econômicos para apostar em grandes movimentos de mercado. Ele gerou bilhões de dólares em lucros apostando a favor e contra moedas, taxas de juros, ações e outras classes de ativos ao redor do mundo.

Bessent foi motivado a se envolver com a campanha de Trump em parte por causa de uma visão de que o tempo está se esgotando para a economia dos EUA crescer e sair dos déficits orçamentários excessivos.

Em sua primeira entrevista após sua seleção, Bessent disse que sua prioridade política será cumprir as várias promessas de corte de impostos de Trump, incluindo tornar os do primeiro mandato permanentes e eliminar impostos sobre gorjetas, benefícios da previdência social e pagamento de horas extras. A imposição de tarifas e o corte de gastos também serão focos, disse ele, assim como “manter o status do dólar como moeda de reserva mundial”.

Bessent se tornou um dos conselheiros mais próximos de Trump ao adicionar profundidade às suas propostas econômicas e defender seus planos para políticas comerciais mais ativistas. Ele aconselhou Trump a seguir uma política que chama de 3-3-3, inspirada pelo ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, que revitalizou a economia japonesa na década de 2010 com sua política econômica de “três flechas”.

As “três flechas” de Bessent incluem cortar o déficit orçamentário para 3% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2028, estimulando o crescimento do PIB de 3% por meio da desregulamentação e produzindo mais 3 milhões de barris de petróleo ou seu equivalente por dia.

Para controlar os gastos do governo, Bessent defendeu a extensão do Tax Cuts and Jobs Act de 2017, mas com contrapartidas para reduzir seu custo. Isso envolveria reduzir os gastos ou aumentar a receita em outro lugar para compensar o impacto. Ele também propôs congelar os gastos discricionários não relacionados à defesa e reformar os subsídios para veículos elétricos e outras partes do Ato de Redução da Inflação (IRA, em inglês), lançado pelo presidente democrata Joe Biden.

Bessent pediu que as tarifas se assemelhassem ao programa de sanções do Departamento do Tesouro como uma ferramenta para promover os interesses dos EUA no exterior. Ele estava aberto a remover tarifas de países que empreendessem reformas estruturais e expressou apoio a um bloco de comércio justo para aliados com interesses comuns de segurança e abordagens recíprocas às tarifas.

O procurador especial Jack Smith pediu a um juiz federal, nesta segunda-feira, 25, que rejeite o processo que acusa Trump de conspirar para anular o resultado das eleições de 2020, citando a política de longa data do Departamento de Justiça (DoJ) que protege os presidentes de processos judiciais enquanto estiverem no cargo.

A medida anunciada em documentos judiciais marca o fim do esforço histórico do DoJ para responsabilizar Trump pelo que os promotores chamaram de conspiração criminosa para se manter no poder na preparação para o ataque de seus apoiadores ao Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021.

Em documentos judiciais, os promotores disseram que a posição do DoJ “é que a Constituição exige que este caso seja arquivado antes que o réu seja empossado”.

A decisão era esperada depois que a equipe de Smith começou a avaliar como encerrar tanto o caso de interferência eleitoral de 2020 quanto o caso sobre documentos confidenciais após a vitória de Trump sobre a vice-presidente Kamala Harris nas eleições.