Economia
Reorganização

Basf planeja possível IPO para unidade de soluções agrícolas

A empresa divulgou que planeja lançar um processo para vender sua unidade de tintas decorativas no Brasil e buscar colaborações para seu negócio de materiais para baterias

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26 de setembro de 2024
Vinicius Palermo
Basf planeja possível IPO para unidade de soluções agrícolas
A Basf afirmou que espera receber uma entrada de caixa de cerca de 2 bilhões de euros (US$ 2,23 bilhões) com a recente saída do negócio de petróleo e gás.

A Basf se prepara para uma possível listagem de sua unidade de soluções agrícolas como parte de uma reestruturação estratégica com foco em seus negócios principais, afirmou a companhia na quinta-feira, 26. A gigante química alemã disse que uma listagem de ações minoritárias de sua unidade agro – que produz sementes, herbicidas e fungicidas – é uma opção, e que pretende concluir a separação jurídica e de planejamento de recursos do negócio até 2027.

Dentro do plano de reorganização de portfólio e mudança de estratégia, a empresa divulgou que planeja lançar um processo para vender sua unidade de tintas decorativas no Brasil e buscar colaborações para seu negócio de materiais para baterias, em meio a desaceleração da demanda por veículos elétricos.

A empresa pretende aumentar os lucros e a geração de caixa nos próximos quatro anos por meio de menores investimentos e redução de custos, depois que a fraca demanda e as altas despesas afetaram a lucratividade nos últimos trimestres. Os lucros da companhia caíram com a desaceleração do crescimento econômico na China e na Europa, enquanto a empresa tentava superar os efeitos da invasão da Ucrânia pela Rússia, que provocou grandes oscilações nos custos de energia e matérias-primas.

Ainda em comunicado, a Basf afirmou que espera receber uma entrada de caixa de cerca de 2 bilhões de euros (US$ 2,23 bilhões) com a recente saída do negócio de petróleo e gás. Além dos ajustes de portfólio, a companhia informou que pretende pagar um dividendo anual de, pelo menos, 2,25 euros por ação entre 2025 e 2028, em comparação com os 3,40 euros por ação pagos em 2023. A empresa prevê um pagamento total de dividendos de cerca de 8 bilhões de euros no período de quatro anos, enquanto a recompra de ações deve totalizar cerca de 4 bilhões de euros.

Além disso, a companhia disse que espera que seus lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, excluindo itens especiais variem entre 10 bilhões e 12 bilhões de euros em 2028. Em 2023, a BASF reportou Ebitda antes de itens especiais de 7,67 bilhões de euros. A companhia alemã projetou, ainda, um fluxo de caixa livre acumulado de mais de 12 bilhões de euros entre 2025 e 2028, além de redução de gastos com capital abaixo da depreciação a partir de 2026, após o complexo em construção na China entrar em operação.

Segundo analistas da Jefferies, o corte de dividendos decepcionou os investidores e, embora a meta revisada de Ebitda supere as expectativas da consultoria, “ela está sujeita a condições de mercado favoráveis”.

A BASF anunciou também a expansão da capacidade de produção de sua planta de polímeros superabsorventes (SAP) no Complexo Acrílico em Camaçari, Bahia, Brasil. Como única fabricante de SAP na América do Sul, esse aumento tem como objetivo abastecer a região e atender à crescente demanda. Os polímeros superabsorventes são usados na produção de produtos de higiene, como absorventes higiênicos, fraldas infantis e produtos para incontinência adulta.

Desde o início da operação da planta de SAP em 2015, a BASF vem investindo constantemente para aumentar a capacidade de produção e atender à crescente demanda, alcançando um aumento de mais de 30% nos últimos nove anos. A BASF está investindo agora R$ 20 milhões em sua planta de SAP, que faz parte de um plano de investimento de longo prazo que equivale a um valor na casa de três dígitos de milhões de reais em todo o Complexo Acrílico em Camaçari.

Além de aumentar a capacidade de produção em consonância com o negócio em crescimento, o investimento será utilizado para melhoria contínua, modernização e inovação. “Essa é a maior iniciativa de excelência operacional em nossa planta de SAP, e o aumento de capacidade resultante nos permitirá apoiar o crescimento de nossos clientes locais”, diz Marcos Ferreira de Carvalho, Vice-Presidente de Negócios Petroquímicos da BASF para a América do Sul.

Segundo Tânia Oberding, Diretora Industrial do Complexo Acrílico da BASF, o projeto de aumento da capacidade e confiabilidade da planta traz benefícios adicionais para o meio ambiente e a sustentabilidade, pois gera menos resíduos. O projeto incluiu novos equipamentos, modificações estruturais e alterações técnicas, que também melhoram as operações gerais da planta.

Os investimentos na produção e sustentabilidade do Complexo Acrílico da BASF em Camaçari representam o compromisso da BASF com a cadeia de valor de acrílicos e oferecem aos clientes confiabilidade na cadeia de suprimentos e alta competitividade. Além de SAP para a indústria de higiene, o Complexo Acrílico da BASF também produz Ácido Acrílico e Acrilato de Butila, insumos utilizados em várias indústrias, como adesivos, construção e tintas.

Recentemente, o Complexo de Acrílico da BASF recebeu a certificação International Sustainability and Carbon Certification (ISCC Plus) para a fabricação de produtos com balanço de biomassa 1 e produtos Ccycled®2, com base em matérias-primas renováveis e recicladas em abordagem de balanço de massa 3.

É a primeira unidade de produção da empresa na América do Sul a receber essa certificação. Os produtos com balanço de biomassa e Ccycled® oferecem o mesmo desempenho e qualidade que os produtos convencionais.