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Ogivas nucleares

Autoridades ocidentais não confirmam que disparo russo é de míssil balístico intercontinental

Caso Kiev consiga provar que Moscou de fato lançou um míssil balístico intercontinental, este feito seria inédito na guerra da Ucrânia

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22 de novembro de 2024
Vinicius Palermo
Autoridades ocidentais não confirmam que disparo russo é de míssil balístico intercontinental
O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, afirmou que "o apoio do Reino Unido à Ucrânia é sempre para autodefesa".

O Exército da Ucrânia disse nesta quinta-feira, 21, que a Rússia lançou um míssil balístico intercontinental durante a madrugada contra a cidade de Dnipro, no centro do país. Autoridades ocidentais não confirmaram a informação e um oficial de um país do Ocidente afirmou à emissora norte-americana ABC News que o ataque foi feito com um míssil balístico convencional. O Kremlin ainda não se manifestou sobre o tema.

Caso Kiev consiga provar que Moscou de fato lançou um míssil balístico intercontinental, este feito seria inédito na guerra da Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022 após a invasão do Exército russo.

Em comunicado divulgado no aplicativo de mensagens Telegram, a Força Aérea da Ucrânia apontou que o míssil balístico intercontinental teria sido lançado da região russa de Astrakhan, que faz fronteira com o Mar Cáspio, junto com outros oito mísseis.

Duas pessoas ficaram feridas como resultado do ataque. Uma instalação industrial e um centro de reabilitação para pessoas com deficiência foram danificados, segundo autoridades locais.

O uso de mísseis balísticos intercontinentais é bem mais grave do que outros tipos de armamento por conta das ogivas nucleares que estes mísseis transportam.

O lançamento destas armas seria um lembrete da capacidade nuclear da Rússia e uma sinalização de uma possível escalada ainda maior na guerra.

Na terça-feira, 19, A Ucrânia disparou seis mísseis ATACMS fabricados nos EUA contra a região russa de Bryansk.

O lançamento ocorreu dias depois de o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ter permitido o uso de mísseis de longo alcance fabricados nos EUA em ataques dentro do território russo

Também no dia 19 de novembro, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou uma revisão da doutrina nuclear russa que amplia as circunstâncias nas quais Moscou pode lançar um ataque atômico contra a Ucrânia e a Otan.

O líder russo declarou que um ataque com armas convencionais à Rússia por qualquer nação que seja apoiada por uma potência nuclear será considerado um ataque conjunto ao seu país.

De acordo com as mudanças, um grande ataque à Rússia com mísseis convencionais, drones ou aeronaves poderia atender aos critérios para uma resposta nuclear, assim como um ataque à Belarus ou qualquer ameaça crítica à soberania da Rússia.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, afirmou que “o apoio do Reino Unido à Ucrânia é sempre para autodefesa”. Em discurso no parlamento britânico, o líder trabalhista afirmou que o apoio é “proporcional, coordenado e ágil, e uma resposta às próprias ações da Rússia, e está em conformidade com o direito internacional. Nos termos do artigo 51º da Carta das Nações Unidas, a Ucrânia tem um claro direito de autodefesa contra os ataques ilegais da Rússia”.

“Iremos apoiar a Ucrânia com o que for preciso, e pelo tempo que for preciso”, afirmou Starmer. As declarações vieram após as forças armadas da Ucrânia dispararam mísseis de cruzeiro britânicos contra alvos militares dentro da Rússia pela primeira vez.

Starmer disse que o presidente Vladimir Putin se entregou “a uma retórica perigosa e irresponsável”, acrescentando: “Este é um homem que quer a destruição e não a paz, e depois de 1.000 dias de guerra.

Estou certo de que devemos redobrar a nossa aposta”. Além disso, o trabalhista indicou: “não seremos dissuadidos ou distraídos por ameaças imprudentes. Temos afirmado consistentemente que faremos o que for necessário para apoiar a Ucrânia e colocá-la na melhor posição possível durante o inverno”.