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Alckmin reforça otimismo do governo com assinatura do acordo Mercosul-UE

Embora Alckmin tenha mencionado uma assinatura, a expectativa de diplomatas é que o anúncio do acordo seja feito até o final do ano

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02 de dezembro de 2024
Vinicius Palermo
Alckmin reforça otimismo do governo com assinatura do acordo Mercosul-UE
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, reforçou nesta segunda-feira, 2, o otimismo do governo com a conclusão das negociações do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, lembrando que nesta semana estarão reunidos no Uruguai os líderes do bloco sul-americano.

“Estamos otimistas para que, esta semana, o presidente Lula estará no Uruguai, na reunião do Mercosul, que, finalmente, depois de 24 anos, se possa assinar o acordo Mercosul-União Europeia. São 27 países, então, um acordo importante, um ganha-ganha, tanto para os países do Mercosul, quanto também da União Europeia”, disse Alckmin à imprensa após evento no Rio Grande do Sul.

Embora Alckmin tenha mencionado uma assinatura, a expectativa de diplomatas é que o anúncio do acordo seja feito até o final do ano, havendo, por sua vez, um caminho longo entre o fim das negociações e esse desfecho oficial.

“A assinatura é só depois da tradução. Isso não é o que está em jogo. Todo acordo que a UE negocia com seus parceiros, após a conclusão das negociações, há um grande processo de tradução, são 23 línguas”, disse o secretário de Assuntos Econômicos do Ministério das Relações Exteriores, Maurício Lyrio.

Segundo ele,  as pendências do acordo entre Mercosul e União Europeia foram submetidas aos líderes dos dois blocos depois de mais uma rodada de negociações em Brasília. Ele disse que há expectativa de concluir as negociações até o final do ano.

“O próprio presidente Lula já fez referência de que tem a expectativa de que tenhamos a conclusão das negociações até o final do ano”, disse.

O diplomata afirmou que entre o fim das negociações e assinatura há um caminho longo. “A assinatura é só depois da tradução. Isso não é o que está em jogo. “, declarou.

Os líderes do Mercosul também devem discutir termos de acordos de comércio com o Efta (bloco de países europeus que não estão na União Europeia) e com os Emirados Árabes. Nesses dois casos, a expectativa seria concluir as conversas no ano que vem.

A secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores, Gisela Padovan, disse a jornalistas que o presidente Lula poderá ter reuniões bilaterais com os presidentes da Bolívia (Luis Arce) e do Panamá (José Raul Mulino) em sua visita ao Uruguai para a Cúpula do Mercosul.

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, voltou a dizer também nesta segunda-feira, 2, que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem compromisso com o arcabouço fiscal e defendeu a qualidade das medidas de contenção de gastos enviadas ao Congresso. Sobre o patamar do câmbio, que reagiu negativamente ao anúncio do Executivo, Alckmin declarou acreditar que o cenário “vai sendo esclarecido” nos próximos dias.

“Em relação à questão de cambio, eu acho que isso vai sendo esclarecido nos próximos dias. O governo do presidente Lula tem compromisso com o arcabouço fiscal, déficit primário zero, e para isso está tomando medidas de corte de gastos, que é para garantir que não haverá déficit e tenhamos mais investimentos e que tenhamos mais crescimento”, disse.

O ministro também afirmou que entre as iniciativas da equipe econômica existem medidas “imediatas” de redução de gastos, com olhar também para o médio e longo prazo.

“Então, a medida é correta, na linha de déficit zero, responsabilidade fiscal. Agora, você sempre tem o momento mais agitado. Eu até, como médico, recomendei um pouco de acupuntura para baixar o stress”, disse o vice-presidente.