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Vinci arremata em leilão concessão da Rota dos Cristais

A francesa Vinci Highways estreia em concessões de rodovias federais no Brasil após arrematar a concessão da BR-040/GO/MG, conhecida como Rota dos Cristais.

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26 de setembro de 2024
Vinicius Palermo
Vinci arremata em leilão concessão da Rota dos Cristais
A Rota dos Cristais, leva este nome porque cruza o município de Cristalina, considerada a "capital goiana dos cristais".

A francesa Vinci Highways estreia em concessões de rodovias federais no Brasil após arrematar a concessão da BR-040/GO/MG, conhecida como Rota dos Cristais. Em um leilão com mais participantes do que a média recente, a oferta ganhadora representa desconto de 14,32% sobre a tarifa básica de pedágio estipulada. O valor base era de R$ R$ 0,1447/km para pista simples e R$ 0,1882/km para pista dupla, com date base de julho de 2023.

A Rota dos Cristais, leva este nome porque cruza o município de Cristalina, considerada a “capital goiana dos cristais”. A concessão possui uma extensão total de 594,8 quilômetros e contempla o trecho entre Cristalina, em Goiás, e Belo Horizonte, capital mineira. O contrato, com duração de 30 anos, prevê R$ 12 bilhões em investimentos. Deste montante, R$ 6,4 bilhões são de capex (aportes em infraestrutura) e R$ 5,6 bilhões de opex (custos operacionais).

A Vinci enfrentou outros três concorrentes, mas, como a diferença foi maior do que 20%, a disputa não foi a viva-voz. A segunda maior oferta, com desconto de 9,09%, foi feita pelo Consórcio Nova BR, composto pelas gestoras 4UM e Opportunity.

Na sequência, veio a proposta de 7,5% apresentada pelo BTG Pactual Infraestrutura III, fundo gerido por terceiros e não pelo banco. Já a CCR ofertou 1,75% de desconto, ficando na última colocação.

Com a Rota dos Cristais, o grupo francês expande o portfólio de concessões de infraestrutura no Brasil, que atualmente inclui a operação de oito aeroportos no País. No segmento de rodovias, a vitória marca a estreia da francesa em estradas federais. No ano passado, comprou do Pátria o controle da operação da rodovia estadual paulista Entrevias.

O grupo francês de construção e gestão de concessões opera em mais de 120 países. A divisão de aeroportos atua em 53 terminais distribuídos em 12 países.

As melhorias previstas no projeto incluem duplicação de 9,9 km, construção de 343 km de faixa adicional e 61,6 km de vias marginais. O sistema de pedágio contará com o Desconto para Usuários Frequentes (DUF) e o pagamento automático via tags para motoristas que utilizarem o mesmo trecho repetidamente.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, ao comemorar o bem-sucedido leilão da Rota dos Cristais ocorrido na quinta-feira, 26, na B3, disse que no mês que vem será feito o sexto leilão. Ele adiantou ainda que outros cinco leilões serão feitos até o final do ano.

“Ou seja, o pipeline dos leilões saiu do papel, já está na rua, e no primeiro semestre do ano que vem a gente espera fazer cinco novos leilões para atingirmos a marca de 35 novos leilões nos quatro anos do governo Lula”, disse o ministro dos Transportes, que aproveitou o espaço para convidar os representantes de concessionárias presentes para participar dos próximos leilões.

“Esse é um leilão muito importante porque marca a conclusão do primeiro processo de relicitação da ANTT, que é o da Via 040. Desde 2018 não tínhamos tantas empresas interessadas em um certame, como nesse caso. O projeto atraiu, inclusive, novos participantes para o setor. Isso é resultado do mercado reconhecendo o trabalho que a Agência faz não só na estruturação dos projetos, mas também na gestão dos contratos”, comentou o diretor-geral da ANTT, Rafael Vitale.

“Agradecemos a confiança da ANTT e do Ministério dos Transportes, que reconhecem a credibilidade e a capacidade da B3 para auxiliar em mais um processo de concessão de serviço para a iniciativa privada. Temos orgulho de, há mais de 30 anos, oferecer um ambiente que promove o encontro de bons projetos a investidores, em prol do desenvolvimento do nosso país”, disse Ana Carla Abrão Costa, vice-presidente de Novos Negócios da B3.