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Aperto monetário

Reino Unido entra em recessão após PIB encolher 0,3% no 4º trimestre

Como o PIB britânico já havia recuado 0,1% no terceiro trimestre ante o segundo, a economia do Reino Unido entrou em recessão no fim do ano passado.

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15 de fevereiro de 2024
Vinicius Palermo
Reino Unido entra em recessão após PIB encolher 0,3% no 4º trimestre
O ministro de Finanças do Reino Unido, Jeremy Hunt

O Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido encolheu 0,3% no quarto trimestre de 2023 ante os três meses anteriores, de acordo com dados preliminares divulgados na quinta-feira, 15, pelo ONS, como é conhecido o órgão de estatísticas do país. O resultado frustrou a expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam estabilidade no período.

Como o PIB britânico já havia recuado 0,1% no terceiro trimestre ante o segundo, a economia do Reino Unido entrou em recessão no fim do ano passado.

Na comparação anual, o PIB do Reino Unido teve contração de 0,2% no quarto trimestre, informou o ONS. Neste caso, o consenso da FactSet era de alta de 0,3%. Em todo o ano de 2023, a economia britânica mostrou leve crescimento de 0,1% em relação a 2022.

A produção industrial do Reino Unido cresceu 0,6% em dezembro ante novembro de 2023. O resultado superou a expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam avança de 0,1% no período. Na comparação anual, a produção industrial britânica mostrou aumento idêntico de 0,6% em dezembro.

O ministro de Finanças do Reino Unido, Jeremy Hunt, disse na quinta-feira que o fraco resultado do PIB do país no fim do ano passado não foi uma surpresa, visto que a prioridade do governo britânico é combater a inflação, o que levou aos aumentos de juros pelo Banco da Inglaterra (BoE, pela sigla em inglês).

Segundo Hunt, o aperto monetário é o caminho certo a percorrer “porque não é possível ter crescimento saudável no longo prazo com inflação alta”.

Hunt disse também que a economia britânica tem mostrado mais firmeza do que se previa, citando a queda na inflação e o fato de que os salários reais vêm subindo há seis meses consecutivos.

A dirigente do Banco da Inglaterra (BoE), Catherine Mann argumentou na quinta-feira, 15, que os bancos centrais devem ficar mais atentos à influência dos choques de oferta na inflação. Em discurso durante evento da National Association for Business Economics (Nabe), Mann afirmou que esse cenário pode criar um ambiente inflacionário mais volátil, o que dificulta que trabalhadores e empresas mantenham o crescimento de salários e margens lucros reais.

Segundo a dirigente, o viés de alta dos preços representa um “desafio” para os BCs que adotam o regime de meta de inflação. “Então, à medida que aumentam os choques de oferta, terei que ficar especialmente vigilante para o papel desses choques de oferta e buscar uma estratégia de política mais ágil”, disse.